terça-feira, 21 de novembro de 2006

TERÇA

VISITA DE CORTESIA
O governador eleito tem visitado os prefeitos da coligação para agradecer o empenho e o apoio. Ontem esteve na prefeitura de Florianópolis para dar um abraço no Dário Berger (d). Disse que não vai deixar o prefeito pendurado no viaduto nem na ponte e que a graninha pras obras vai pingar. E bem ao estilo LHS convidou o prefeito para irem semana que vem a Brasília negociar com a embaixada do Japão sobre o tal metrô de superfície (que é a mesma coisa que bonde, não tem?). Pra variar, nos bastidores, o Djalma Berger e o Galina cochichavam sabe-se lá sobre o quê.
=============================

LHS ABSOLVIDO, IMPRENSA CONDENADA
O Pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, por 4 votos a 2, absolveu LHS das irregularidades apontadas pela coligação adversária. E para fazer isso, os juízes que votaram contra o relator tiveram que mostrar que a imprensa e nada é a mesma coisa. Em resumo, afirmaram que a imprensa não fede nem cheira.

Lembraram que no caso do referendo do desarmamento, a imprensa fez campanha numa direção e o povo votou noutra. No caso mais recente, a imprensa, segundo alguns juízes, fala contra o Lula e o povo votou no Lula. Ou seja, pode escrever o que quiser a favor ou contra quem quer que seja, que não tem perigo de alterar o voto.

Cá com os meus botões, fiquei pensando que os juízes não disseram que não houve excesso de elogios, apenas que este excesso não influiu na decisão do eleitor. E que, se a imprensa fosse levada a sério pelo eleitor, teria ocorrido um delito. Mas como a imprensa não vale nada, tanto faz como tanto fez.

O outro ponto em que o relator José Trindade dos Santos e o juiz Henry Petry Júnior foram votos vencidos, é o de abuso do poder. A maioria entende que a propaganda do candidato foi feita por dinheiro de particulares ou em espaço cedido gratuitamente pelos jornais. E que não ficou provado o uso de dinheiro público.

A coligação Salve Santa Catarina, por intermédio do advogado Gley Sagaz, informou, ontem à noite, depois de concluído o julgamento, que irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral.

ESSES JORNAIS...
O julgamento desta representação dos cadernos promocionais do LHS levanta uma questão importante que vai além e acima da conjuntura político-eleitoral (e do fato de ter ou não influência no resultado da eleição): afinal, qual é a função, a razão de existir, da imprensa?

Para que servem os jornais? Para veicular elogios aos governantes em material, de alguma forma, pago? Ora isso pode ser feito por agências de publicidade, por folhetos de propaganda, por qualquer tipo de veículo publicitário. Jornal é (ou deveria ser) algo mais. Não é à toa que os jornais gozam de uma espécie de fé pública.

Os leitores, na sua maioria, acreditam naquilo que lêem nos jornais e muitos imaginam que, “se saiu no jornal, é porque é verdade”. Pensam que existe alguém (o jornalista?) que trata de filtrar, pesar e examinar as matérias antes de publicá-las.

Há também quem espere, dos jornais, uma visão crítica e desapaixonada dos acontecimentos. Quer que o jornal seja fiel aos fatos, que não falseie a verdade. E, por ser bem informado, o ajude a separar alhos de bugalhos. Auxilie a entender o que se passa, amplifique as inquietações comunitárias, cobre providências.

No momento em que o jornal se abraça com o governo ou com um grande anunciante, com uma facção política ou com um grupo empresarial, pensando que isso garante sua sobrevivência, começa a morrer. Claro que continuará existindo, poderá até comprará novas máquinas, construirá sedes suntuosas, mas será um produto sem alma. Não será um jornal como a gente conhece e admira, mas um veículo publicitário, a serviço não dos leitores, mas dos anunciantes. Sem seiva, resseca e morre. Mas é claro que, externamente, pode até ser confundido com um jornal.

Por isso as questões levantadas neste julgamento atingem tão fortemente a imprensa catarinense. Até que ponto os jornais conseguirão ser jornais envolvendo-se de tal maneira com um projeto de poder?

Dalmo Vieira, o fundador do DIARINHO, dizia que “Um jornal só pode ter liberdade editorial se for financeiramente estável”. Por isso, sempre foi ponto de honra deste jornal conquistar o equilíbrio financeiro, sem depender demais deste ou daquele anunciante. E, principalmente, sem sentar no colo do governo para mamar nas tetas do dinheiro público.

PENDÊNCIAS
Segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo,
“dos 27 governadore eleitos ou reeleitos em outubro, apenas 6 não têm nenhuma pendência na Justiça Eleitoral que possa representar risco ao mandato. Figuram nesse pequeno grupo os vencedores das eleições na Bahia, Jaques Wagner (PT), no Ceará, Cid Gomes (PSB), em Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), no Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL), no Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), e no Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB). Outros 21 têm de 1 a 15 processos – caso do governador reeleito do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB) –, que podem implicar a não-diplomação ou até a cassação do futuro mandato.”
Pode nem servir de consolo, mas sempre é bom saber que não se está sozinho. No mínimo, evita que a atenção da imprensa se concentre num único caso. O que devemos evitar, contudo, é que o eleito use o voto como escudo e o mandato como imunidade universal. O fato de alguém ter sido bem votado não deve, ou não deveria, significar perdão para todos os crimes passados e futuros.

Essa justificativa transforma o eleitor em jurado, coisa que ele não é nem deve ser. Até porque, dá uma enorme vantagem para o réu: os “jurados/eleitores” não tiveram acesso ao processo, não ouviram a acusação, não se informaram dos argumentos de um e de outro lado: “decidiram” unicamente baseados na imagem pública do “réu/candidato”.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cesar,

Esse Waldir Pires nao sabe o que esta fazendo. Esta completamente sem nocao das coisas. Ja devia ter sido demitido.

O Juarez contrabandista ainda eh Diretor de Estatal. Ainda eh lider na Camara. Tira o tubo!

Anônimo disse...

"De tanto ver triunfar as NULIDADES, de tanto ver prosperar a DESONRA, de tanto ver crescer a INJUSTIÇA, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos DOS MAUS, o homem chega a RIR-SE da honra, DESANIMAR-SE da justiça, e TER VERGONHA de ser honesto !" (Ruy Barbosa)

Anônimo disse...

Cesar,

Li agora nas paginas. O Edil contrabandista vai hj na tv debater a sua candidatura para Presidencia da Camera.

Caso se confirme, os demais Edis deveriam ser processados por formacao de quadrilha.

Outra coisa: PATETICA o ministro Waldir Pires ontem no congresso. Ele deveria ser responsabilizado pela morte das 156 pessoas no acidente da gol.