quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Quarta


MUDANÇAS NA CODESC
O Palácio, digo, o Centro Administrativo, não tinha ontem nada a dizer sobre a saída do Içuriti Pereira da presidência da Codesc, anunciada desde sexta-feira, por intermédio da coluna do Moacir Pereira. Segundo entendi do que me disse o diretor de imprensa da Secretaria de Comunicação, o governo não comentará o caso.

O Secretário da Articulação, Ivo Carminatti, informou que hoje haverá a Assembléia Geral da Codesc, para oficializar as mudanças. Saem o presidente Içuriti e o diretor da Lotesc, Aroldo Soster (veja nota abaixo).

Entra, como diretora administrativo-financeira, a ex-deputada Simone Schramm (PMDB). O atual diretor desta área, Otto Entres Filho, assume interinamente a presidência. E aí tem uma coisa engraçada: se o Entres fica interino na presidência e colocam uma efetiva no seu posto original, então, quando terminar a interinidade, ele também deve sair. Né não?

Em todo caso, se a limpa tem a ver com a Moeda Verde, o Otto Entres tem sua voz registrada na escuta da PF, propondo uma ata fajuta para justificar o afastamento do país do então diretor Juarez Silveira, preso ao voltar do Uruguai.

O governo tinha convidado Alaor Bernardes (Sebrae-SC) para tocar a Codesc e ele estava quase aceitando, mas ontem desistiu definitivamente.

SOSTER NA MIRA

O jornal A Notícia publicou ontem um resumo da ação em que o Ministério Público Federal acusa o diretor da Lotesc (órgão da Codesc do ex-Içuriti), que está demissionário, de, “ainda em 2003, recusar, retardar e omitir dados técnicos sobre os operadores de máquinas caça-níqueis na região de Tubarão para a abertura de ação civil pública e ainda de desacatar decisão judicial que determinou a interdição de bingos e caça-níqueis (videoloterias) em Santa Catarina, incidindo assim na co-autoria de jogos de azar”.

O procurador da República, Celso Três, diz, a certa altura dos autos, literalmente, que “impera criminoso conluio entre o Estado de SC e os operadores da jogatina” e que “‘Data maxima venia’, Aroldo Boschetti Soster também simboliza a confusão entre Estado e contravenção”.

E, para completar o quadro de suspeita de comprometimento do diretor (policial federal aposentado), Três retroage ao tempo em que Soster era Superintendente da Polícia Federal em Santa Catarina e afirma que “na administração de Aroldo Soster a Polícia Federal não foi efetiva na repressão à jogatina clandestina”.

Dia 8 de agosto começa a tomada de depoimentos, na Justiça Federal.

E O IÇURITI? NADA?
Pois é, mais um dia se passou e nada do Içuriti falar comigo. Mas agora ele nem deve estar mais preocupado com isso. Hoje entrega o abacaxi e vai tratar dos seus assuntinhos particulares, fora dos holofotes. Para todos os efeitos, ele e o Soster pediram para sair. Mas, nos corredores do governo, o que se diz é que houve uma espécie de “mútuo acordo”. Para evitar que alguma coisa respingasse pra cima. Ou pros lados. Ou pra dentro.

“VIRA O DISCO, Ô!”
Os leitores e leitoras do DIARINHO e da coluna vivem dando palpites no que a gente faz ou deixa de fazer. E, na maior parte das vezes, estão cobertos de razão. Um leitor, comentarista habitual, manda uma sugestão pertinente: “chega de inépcia e inércia da Anac, vamos mudar de assunto?”

E, pragmático, enfileira uma série de temas que podem render não apenas algumas linhas nesta coluna, mas até reportagens no próprio jornal. Transcrevo, na íntegra, a colaboração do leitor:
“Proponho nos preocuparmos, agora, com a inépcia e inércia da Prefeitura Municipal de Florianópolis que está transformando a vida dos munícipes em caos.

Ontem, durante a tarde, quase fui atropelado por um carrinho de coleta de papel para reciclagem que circulava pelo calçadão fora do horário estabelecido para tal e não há fiscal ou policial municipal que veja ou controle isso.

A repressão ao comércio de CDs e DVDs piratas teve o efeito esperado, ou seja “empurrou” aquelas pessoas para outra atividade marginal. Qualquer pessoa que percorra o calçadão da rua Conselheiro Mafra e da Felipe Schmidt, e aceitar os papéis que são distribuídos, não ficará com menos de cinco ou seis panfletos de “casas de massagem oferecendo lindas garotas”.

As empresas de ônibus estabeleceram quadro de horários diferente daquele decorrente do contrato que mantém com a Prefeitura e, apesar de existir órgão especial para controlar este tipo de atividade, a Prefeitura se mostra muito burra ou aliou-se aos empresários em detrimento da população.

A frota não é renovada, os veículos, sucateados, trabalham no limite de sua resistência e sequer são lavados (falo da empresa Estrela, que utilizo).

No mercado público, na ala das peixarias, espera-se sentado por um novo desastre. A loja que vende calçados e peças de cestaria, colocou uma prateleira na frente do hidrante (ao lado da porta do banheiro), e a Prefeitura nada fez. A Prefeitura ameaçou relicitar as concessões, no entanto está autorizando a reforma dos boxes. Se não está autorizando, está deixando que reformem sem autorização.

Obras são iniciadas e ficam paradas aguardando a proximidade das eleições para “mostrar serviço” durante a campanha.

Cruz credo!”
AGRÔNOMOS AMEAÇAM
O Sindicato dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina distribuiu ontem uma nota onde informa que os trabalhadores da Ceasa, Cidasc e Epagri “continuam aguardando uma contraproposta do Governo do Estado para sua pauta de reivindicações da campanha salarial 2007/2008, cuja data base é 1º de maio”. E avisam que estão dispostos a “interromper a fiscalização nas barreiras sanitárias e no projeto Microbacias, entre outros...”

O governo, por sua vez, garante que já fez a proposta, de reposição integral do INPC, paga parceladamente. Considerava o assunto encerrado e não entendeu a razão da nota e das ameaças.

ECONOMIA À LA SDR
As secretarias do Desenvolvimento Regional são uma fonte inesgotável de pérolas. Desta vez foi o ex-prefeito de Orleans, Gelson Padilha, atual secretário da regional de Braço do Norte, que, com uma canetada só produziu duas dispensas de licitação exemplares.

Os atos foram publicados no Diário Oficial do Estado do dia 17 de julho e se referem ao aluguel de um carro para o secretário e a compra de um estoque de gasolina (provavelmente para abastecer o carro do secretário).

O carro custará, por mês, R$ 6.930,00 e os 3 mil litros de gasolina, exatos R$ 6.930,00. Acredite, amigo contribuinte, as duas compras, assinadas no mesmo dia, têm exatamente o mesmo valor. Depois ainda tem gente que não acredita em coincidências...

GRANDE ALDINHO!
Conheci o jornalista Ricardo Hoffman em 1977, em Florianópolis, e hoje ele mora em Brasília. Leitor da coluna pela internet, mandou uma bela história do passado do Aldo Pires de Godoy, colunista de esporte aqui no DIARINHO.
“Na sua coluna deste final de semana, foi com muito prazer que vi a foto do Aldo Pires de Godoy, um narrador esportivo fantástico que conheci em Lages.

Lembro-me bem dele “narrando comícios” em favor de Laerte Ramos Vieira, dono da rádio Princesa, onde o Aldinho trabalhava. Imitando narração esportiva, ele enaltecia o currículo do seu candidato e fazia gols contra os adversários. Um barato!

Muito tempo depois, o fantástico Osmar Santos começou a fazer quase o mesmo nos comícios das Diretas. Mas, sem dúvida, o Aldinho foi precursor nessa arte de narrar jogos em favor do time de seu candidato em pleno comício.”
VAIA INCOMODA, NÉ?
O presidente Lula ainda não assimilou o fato do Brasil ser um país grande, com gente de todo tipo. Além disso, ninguém pode agradar a todos. Mas as vaias passaram a ser uma obsessão presidencial.

Ontem, no Mato Grosso, a turma que tinha organizado o movimento “Eu também vou vaiar Lula”, ficou afastada das autoridades e o governador chegou a colocar um helicóptero da PM no local onde eles se concentraram, para garantir que as vaias não fossem ouvidas.

Mas, nos discursos, não se falou em outra coisa. O governador falou pra dizer que só estavam lá 50 pessoas querendo vaiar. O prefeito também falou, pra dizer que não deu certo. E o Lula também falou no assunto, dizendo que foi gente assim que levou Jango a renunciar e Getúlio a se matar(!!!?).

A turma do palanque transformou o movimento num retumbante sucesso!

4 comentários:

Anônimo disse...

Falando em Içuriti, é "linda" a carta de agradecimento do LHS, publicada hoje na página 2 do ND.É pródiga em rasgados elogios à atuação do "sainte" presidente da CODESC. A demissão do "amigo", aceita "a contra gosto" (sic), deve ser uma perda irreparável à administração estadual!

Anônimo disse...

Lula tem que tomar mais cuidado com as citações históricas. Trocar Jânio por Jango é triste. Mas o que é uma letrinha para um presidente que já falou tanta merda?

Anônimo disse...

Gostaria de saber a opinião dos Bonbeiros sobre essa história do hidrante do mercado.

também não consigo entender é o seguinte:
Os Bombeiros cobram taxas para vistoriar prédios e, dos condomínios, vivem fazendo exigências, concordo, pertinentes.

Não entendo é como fecham os olhos para os prédios públicos.

E, para aquilo que é responsabilidade deles mesmos, então nem se fala. Veja quantos hidrantes não funcionam na cidade. Alguns deles, inclusive estão sem a tampa.

Quando da ocorrência de sinistros, sempre se vê que os hidrantes não funcionaram ou não deram vazão suficiente.

Anônimo disse...

Cesar.

Voltando ao assunto Anac/Infraero, porém sem sair de Florianópolis, recomendo a leitura do que diz a página da Infraero na Internet, sobre o nosso aeroporto em: http://www.infraero.gov.br/aero_prev_home.php?ai=94 (recomendo ler as telas seguintes).
Diz ali que a capacidade de nosso aeroporte é de 1,2 milhões de passageiros/ano e que o mesmo sofrerá uma reforma passando-o para 2,7 milhões/ano.
A informação diz que a licitação "ocorrerá" em 2005 (!?) e que deverá ficar pronta em dois anos.
Em outro ponto informam que em 2006 o fluxo foi de 1,63 milhões de passageiros.

Pelo visto, estão aguardando atingirmos o fluxo real de 2,7 milhões de passageiros para depois efetuar a ampliação.