O DIA DO PRESIDENTE
O DIA DO GOVERNADOR
O DIA DOS BRASILEIROS
A leitura das centenas de páginas com que o ministro relator, Joaquim Barbosa (na foto acima), ia dizendo, aos poucos, que denúncias o Supremo deveria aceitar e quais não, era um pouco chata. Mas não dava pra desligar a TV. Depois de tanto tempo (dois anos), durante os quais ouvimos tanta gente dizer que nada daquilo existiu, não deixa de ser interessante ouvir os ministros do STF referirem-se àquelas práticas, que até Lula disse que eram coisas comuns, corriqueiras, como crimes.E, naturalmente, todos aqueles que se reuniram para violar a lei, são chamados de quadrilheiros. E, por conseqüência, seus atos precisam ser investigados. Serão processados. São réus. Há indícios suficientes: há fumaça. Resta saber se a fogueira será devidamente encontrada e provada. Mas isto é coisa para depois. Por enquanto, estamos vivendo um momento importante que, a certa altura, achei que não viveríamos, pelo menos não desta forma: o STF acatou a maioria das denúncias.
E a leitura, pausada e calma, do relator, reavivou, na memória dos brasileiros, aqueles fatos que, nos meses seguintes e na campanha presidencial, tantos se esforçaram tanto para mostrar que eram normais, inocentes e corriqueiros.
SUGESTÃO
Quem se interessa pelo assunto e gostaria de saber melhor como funcionam as cabeças dos juízes e desembargadores, não pode deixar de visitar o blog Jus Sperniandi, do Ilton Dellandréa (dellandrea.zip.net), que foi juiz e desembargador e consegue comentar as peculiaridades desse mundo jurídico num texto acessível, agradável e crítico. Ele trata de vários assuntos, não apenas do julgamento dos mensaleiros.
RANGO NO PALÁCIO
O governador LHS reúne hoje, para almoço na Casa D’Agronômica (a residência oficial, antigamente chamado de Palácio da Agronômica), os colunistas de política. Até eu fui convidado. Fiquei um pouco indeciso porque, conforme rezam as normas escritas pelo Groucho Marx, “não freqüento clube que me aceita como sócio”. Mas resolvi fazer uma exceção e vou ao almoço para o qual fui convidado.
Trata-se, em princípio, de um almoço de aproximação, sem pauta definida, como já foram feitos outros. É uma prática democrática, saudável, que permite que a gente tenha acesso ao governador num clima menos formal que uma audiência ou entrevista.
Em retribuição, a gente permite que o governador fale conosco sem a necessidade de marcar hora e ficar na fila. Em geral, a julgar pelos outros encontros, tudo acaba bem. Mesmo que o LHS queira discutir a relação com os colunistas, serão cobranças civilizadas, de parte a parte.
O GOVERNO E A CRÍTICA
A minha experiência é que os titulares dos principais cargos recebem melhor as críticas e convivem melhor com os críticos do que a turma dos andares de baixo, que normalmente agem como torcidas organizadas de futebol e ficam com raiva (ódio?) de quem “fala mal” do chefe. Falta-lhes o discernimento, que muitos (mas não todos) prefeitos, governadores e presidentes têm, sobre o papel cidadão da crítica.
A crítica fornece, ao governante inteligente e bem intencionado, uma utilíssima visão, independente e desapaixonada, que permitirá ao governo balizar suas ações e perceber melhor o impacto e o efeito de seus atos.
FAPESC MAL DE CONTAS
A Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc), fez desaparecer, num passe de mágica, quatro municípios catarinenses.
No material distribuído à imprensa em que anuncia a distribuição de “15 mil livros” (hum... por que 15? por causa do Plano 15), a Fapesc informa, orgulhosa, que “até o final de 2007, os 289 municípios do estado terão pelo menos uma biblioteca pública”. Ótimo, só que Santa Catarina, até onde sei, tem 293 municípios. Ou tinha.
Ô Professor Diomário, o que aconteceu com os quatro municípios desaparecidos? E quais seriam eles?
INVESTIGADOS
Daqui a pouco é capaz de alguém dizer que o fato do político ser investigado é sinal de prestígio: “Fui denunciado muito mais vezes do que meu oponente, que é um bunda mole, que não merece seu voto!”
Embora os julgamentos políticos sejam mais rápidos e suaves (basta ter maioria na câmara ou na assembléia e pronto), os outros julgamentos assombram os políticos com fantasmas do passado. O prefeito Tebaldi, de Joinville, amarga uma denúncia sobre um cheque voador da época em que era vice-prefeito do LHS, o prefeito Dário, de Florianópolis, amarga suspeitas do tempo em que era prefeito de São José.
Claro que, a julgar pelas eleições passadas, nada disso influirá na decisão do eleitor. Parece que a maioria está firmemente decidida a votar com consciência, naquele que conseguir uma carrada de barro, uns tijolos, algumas sacas de cimentos, uns litros de gasolina ou até, quem sabe, um empreguinho praquele genro malandro.
4 comentários:
E quanto Às barbaridades que estão acontecendo em nossa Universidade Federal????
Nenhum comentário???
Acho que merecia umas notinhas de repugnância ein...
Abraços
Carlos Andrade
Tudo bem, preparastes o terreno para chegar na agronômica e não ser escurraçado.
Mas me diga a verdade, vc acha mesmo o LHS Lindão?
O Edson Andrino, o Paulo Afonso, o João Matos e outros tantos acham ele feio e bobo.
Grato pela citação. Acompanho diariamente o julgamento, com um misto de orgulho e receio. Orgulho porque o STF está fazendo exatamente aquilo que lhe cabe na atual legislação. Receio porque percebo muitos acenos de que os indícios até aqui colhidos são suficientes para o recebimento da denúncia, apenas. Não se pode esquecer que o processo está apenas começando. Se o Ministério Público não comprovar sua denúncia, e se uma prescrição não chegar antes, não haverá condenação. Então virá a decepção. Um abraço.
Cesar.
Pena que só li teu blog agora, à tarde.
Se tivesse tido tempo, teria pedido para questionares ao Sr. Governador, onde estão, afinal os policiais militares.
Não consigo acreditar que estejam todos dando plantão nas portarias dos órgãos públicos.
Circulo todos os dias pelo centro da capital e não consigo encontrar nenhum policial em serviço.
Qualquer dia será mais fácil encontrar um canguru.
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