sábado, 18 de agosto de 2007

Sábado, domingo e segunda

O PALANQUE DO LULA
Por coincidência, a Maria Helena Rubinato de Souza publicou ontem um artigo (“O Eterno Palanque”, clique aqui para ler) onde afirma que Lula “precisa descer do palanque, e rápido”. É que, em muitas ocasiões, Lula fala como se ainda não fosse presidente e estivesse em campanha. E, na Agência Brasil, estavam as fotos acima, feitas no Rio de Janeiro, onde o presidente parecia atender ao pedido.
(Clique nas fotos, para abrir ampliações)

O APURO DO MOTA
O deputado Manoel Mota (líder do PMDB, que, na foto acima, está cercado por ilustres deputados do seu partido), bem que tentou dizer que não disse o que de fato havia dito. O grande problema é que, na Assembléia Legislativa, tudo o que os deputados dizem em plenário fica gravado, registrado, taquigrafado e carimbado.

E taí a transcrição, ipsis litteris (na íntegra, com todas as letras), das frases pronunciadas pelo deputado, onde fica claro o conteúdo da aposta (que coloquei em destaque), conforme consta nos anais (êpa!) daquela Casa de Leis:
O Sr. Deputado Manoel Mota – V.Exa. me concede um aparte?

O Sr. Deputado Edson Piriquito – Pois não!

O Sr. Deputado Manoel Mota – Eminente deputado Edson Piriquito, v.exa. é um deputado guerreiro e atuante. Como sempre, não leva nada embora de graça. As verdades têm que ser ditas aqui nesta Casa.

Agora, eu queria aqui, rapidamente, dizer ao eminente deputado Reno Caramori, ao qual eu respeito muito, que no nosso governo há 200 cargos comissionados a menos do que no seu governo. Estavam aqui em Florianópolis e hoje estão espalhados por Santa Catarina. Hoje é demais e quando era aqui não era? V.Exa. me perdoe, mas o seu pronunciamento tem que ser revisto. Se houver um cargo a mais do que tinha no seu governo, eu renuncio ao meu mandato! Só para v.exa. ter uma noção do quanto está equivocado, agora há 200 cargos a menos do que no seu governo!
E AGORA, DEPUTADO?
O deputado Reno Caramori (PP), é claro, pegou no pé do imprevidente líder peemedebista:
“Pela valorização da classe política e pelo bem da verdade, o deputado Manoel Mota deveria renunciar imediatamente ao seu mandato, como prometeu que faria, em alto e bom som, no plenário, caso o governo LHS tivesse um comissionado a mais do que havia no governo de Esperidião Amin”.
E, sem dó nem piedade, Caramori desafia: “ou o deputado Mota renuncia e mostra que realmente faz o que diz, ou junta-se ao grupo dos políticos colocados na vala comum pelo eleitores, por não honrar nem mesmo a própria palavra”.

MORTO DEVEDOR
A notícia foi publicada no site do Superior Tribunal de Justiça e o colega Raul Sartori, em A Notícia, fez o registro: o deputado Herneus de Nadal (PMDB) ganhou uma ação de danos morais, no STJ, contra quatro cidadãos que o chamaram de mentiroso no Oeste catarinense: Darci Lazzaretti, Cláudio Cesca, Reny Jacinto Vanzella e Gilberto Costacurta terão que pagar R$ 20 mil ao ofendido.

O episódio tem, contudo, um componente curioso, que o Raul não mencionou: Darci Lazzaretti (que era prefeito de Caibi pelo ex-PPB), já morreu. Provavelmente a conta será cobrada da viúva (dele).

Um amigo que mora na região e lê a coluna pela internet, conta mais: Lazaretti era um tremendo desafeto do Herneus naquela pequena cidade, que se emancipou de Palmitos. E teve uma morte que alguns consideram estranha, depois de ir a uma festa no interior do município e passar mal, ficando dias internado em Chapecó, até falecer.

Na época, em 2004, era candidato à reeleição. Morto, acabou embalando a campanha de seu vice. Chegaram a suspeitar de envenenamento. Mas, também naquela ocasião, o Herneus se deu bem: apoiado por ele, o atual prefeito recuperou o comando do município para o PMDB, que em 2000, com o Lazaretti, pela primeira vez na história tinha escapado da turma do “manda brasa”.

ESSAS ASSESSORIAS...
Não sei por que, alguns coleguinhas acham que eu pego demais no pé dos assessores de imprensa. E outros acham que é bom dar umas alfinetadas de vez em quando, para manter a turma acordada. Talvez por causa dessa polêmica um amigo, velho radialista, mandou uma longa lista de queixas, sugestões e elogios sobre o serviço prestado pelas assessorias de comunicação, principalmente do governo, às emissoras de rádio. Vou resumir.

Governo do Estado: envia o “boletim do palácio” muito tarde (lá pelas 18h30min). Como as emissoras de rádio em geral terminam suas transmissões locais às 19h, resta pouco a fazer. E inventaram um pingue-pongue esquisito, com dois locutores quebrando a mesma notícia em duas vozes, o que dificulta o uso no noticiário. E os boletins não são assinados, o que também complica.

Alesc: quase só elogios. A queixa é que não produzem nada quando não há sessão, o que, a rigor, não se justifica. E algumas matérias, de cinco minutos ou mais, não tem como aproveitar.

PCR EM APUROS
O veterano polemista Paulo da Costa Ramos foi acusado, de novo, de “discriminação étnica”. Ele teria, segundo interpretação do Ministério Público Federal de Santa Catarina, sido preconceituoso com os indígenas, num artigo publicado em março, no jornal O Estado, de Florianópolis. PCR, que tem uma pena afiada, não se conforma com os benefícios que os índios, tutelados pelo Estado, recebem.

Não conheço os detalhes do caso mas, em tese, tem uma coisa que me incomoda, em situações semelhantes: é impressionante o medo que as pessoas têm da liberdade de expressão. Lembro-me sempre da frase atribuída a Voltaire: “discordo daquilo que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo”.

A liberdade de expressão, embora pareça absurdo, utópico e alguns considerem inaceitável, ou existe, ou não existe. Mas o que se vê, na prática, é que as restrições à opinião são tratadas não como ameaças à liberdade (que de fato são), mas como se fossem suas salvaguardas.

METROPOLITANICES
Memória de leitor é fogo. Diz um desses tarados que lê e anota tudo, que eu escrevi aqui, uma vez, que o Metropolitano de Blumenau tinha conseguido estrutura e recursos para disputar umas partidas de futebol em torneios na Alemanha e Áustria... E recursos públicos, do SEITEC. Eu nem lembrava mais.

Pois bem, aí ele complementa com uma informação nova e deixa uma pergunta no ar:
“acabo de ver o Delfim Peixoto, Presidente da Federação Catarinense, anunciando a lista dos times que vão disputar o Campeonato Catarinense de 2007 e não é que o Metropolitano não está na relação?... Não tem estrutura nem recursos para montar o time. Campeonatos na Alemanha e Áustria pode, Campeonato Catarinense não. Então foi pra isso que o Luiz Henrique inventou o tal SEITEC, que quer dizer Sistema Estadual de Incentivo ao Turismo, Esporte e Cultura?”

Atualização do domingo: Descobri por que não estava me lembrando de ter falado nessa história do Metropolitano. Simplesmente porque eu nunca falei nisso. O leitor, mais confuso que eu, tinha lido a nota na coluna do Mário Medaglia (Batendo Forte) no Diarinho, mas misturou os colunistas e mandou o comentário para mim. Foi o Medaglia que contou essa “aventura” do time blumenauense, que viajou à Europa (com uma delegação grande, de umas 30 pessoas, a maioria tão jogadores de futebol quanto eu) graças ao dinheiro público. A coluna Batendo Forte, por falar nisso, além de ser publicada no jornal, é transcrita em mariomedaglia.blogspot.com.

3 comentários:

Anônimo disse...

No meu blogue já cobrei muitas vezes que Lula desça do palanque e assuma. Inclusive num de meus últimos textos. Chamo-o de "estradista" por dois motivos: ele está sempre em cima de um estrado fazendo campanha e gosta muito de estradas, ainda que aéreas, pois viaja muito. É o maior "estradista" da história do Brasil. Um abraço.

Anônimo disse...

Façamos um abaixo assinado para que o deputado Manoel Mota cumpra o que foi prometido, ou que a população nunca mais vote neste cidadão.

Anônimo disse...

Oras, o Lula não desceu do palanque pq a oposição pensa que ainda está em campanha! Simples...