terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

TERÇA

QUEM TEM MEDO DA VERDADE?
Ontem recebi, por e-mail, algumas fotos que mostram como a polícia se esforçou para sujeitar, desarmar e algemar o perigoso meliante Sarará. Ele é aquele sujeito que, até onde se sabe, cometeu o crime de estar fotografando no lugar errado, na hora errada.

Cheguei a pensar que o Sarará podia ter fotografado alguma coisa proibida, alguma ação que alguém gostaria de ocultar. Mas como outros fotógrafos estavam por lá e trabalharam aparentemente sem constrangimentos (inclusive o pessoal do Passe Livre), a dúvida continua.

E ganha força uma teoria conspiratória que no final de semana corria em mesas de bar: trata-se de uma retaliação contra o DC, que teria publicado matérias que desagradaram a polícia. A provocação pra cima do Sarará, o “acidente” com o flash do outro fotógrafo, teriam como objetivo não a pessoa de nenhum dos dois, mas a empresa cujo nome e logotipo estavam nos crachás que eles portavam.

Ontem o Coronel Mário Cesar de Oliveira, do Centro de Comunicação Social da PM me disse que no âmbito da corporação não há qualquer procedimento de investigação ou sindicância referente ao caso do Claudinho. Só se ele entrar com um processo ou se a polícia civil levar adiante o caso é que a PM ouvirá o Sargento Gonçalves sobre o que aconteceu naquela tarde.

Até lá, só o que temos é o depoimento do Cláudio e de seus hematomas, que acusam os militares de terem-no espancado sem motivo aparente.

CAMAROTE COM ÁGIO
Amigo que é chegado a um carnaval na avenida e que pretende festejar com amigos num camarote me contou que aquele pessoalzinho que ficou vários dias na fila estava oferecendo o lugar por R$ 400,00. É uma tentação, porque naturalmente quem chega primeiro escolhe melhor.

INCOMUNICÁVEIS
Durante o dia todo (pelo menos das 8h até às 18h) o Centro Administrativo do Governo ficou sem telefones. Nem recebia nem fazia ligações. Aqui e ali alguém dizia que o problema era da Brasiltelecom. Outros diziam que foi só o LHS falar que ia renunciar que já começaram a desligar os aparelhos...

TAPETE ELEITORAL
Teve gente que se espantou com o tom de campanha eleitoral que rolou na “inauguração” do asfaltamento de algumas ruas no Estreito. Esses espantados devem ter acabado de chegar de Marte. Porque, por aqui, desde o ano passado que a maioria das solenidades municipais, estaduais e federais é franca e abertamente eleitoreira.

À MARGEM DA LEI

Parece que a Prefeitura Municipal de Florianópolis está se especializando em desafiar limites. Numa frente, é a campanha das novas tarifas de ônibus (a “tarifa única” que tem vários preços), que está sendo considerada “propaganda enganosa”. Em outra é a desobediência, pela Comcap, da proibição de fazer capina química (aquela que usa veneno pra matar as ervas daninhas do meio-fio e das calçadas).

Não sei qual das duas hipóteses é pior: saber que isso faz parte de um plano para administrar à margem da Lei ou que tudo não passa de falta de competência e controle.

ESCOLAS EM REFORMA
O anúncio, ontem, que os alunos da escola Adolpho Konder, de Blumenau, só terão aulas a partir de março porque “a reforma atrasou”, lembrou uma coisa que me ocorreu quando falei, aqui, das escolas de Itajaí que estão caindo aos pedaços: a impressão que se tem é que as reformas foram sendo iniciadas sem critério. Primeiro construíram alguns ginásios de esporte, depois reformaram algumas escolas, sem determinar uma prioridade que levasse em conta a importância da escola na comunidade, número de alunos, gravidade da situação e tempo para a obra.

Aí, mesmo tendo investido milhões, ficam sem ter como explicar por que escolas grandes, importantes ou com problemas graves ficaram por último.

NO OBSERVATÓRIO
O texto da minha coluna de ontem será reproduzido pelo Observatório da Imprensa, provavelmente na edição que entra no ar hoje à tarde.

Update de terça à tarde: para ir direto à página do Observatório em que está o meu artigo é só clicar nesta linha.

O endereço é www.observatoriodaimprensa.com.br.

Pra quem ainda não o conhece, visitar esse site é sempre um bom programa para entender melhor como são feitos os jornais e as revistas. O lema deles é “Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito”.

Conhecer algumas das fofocas internas é saudável. Mesmo que sempre tenhamos sido aconselhados a nunca querer saber como são feitas as lingüiças, os jornais e as leis. Às vezes também incluem, nessa relação de coisas que nascem de parto obscuro, as guerras. Mas estas acho que, a esta altura, todo mundo já sabe do que são feitas.

FORA DE FOCO
E por falar em fotógrafos, estou há vários dias para fazer uma retificação aqui. Os seis leitores assíduos devem lembrar que eu reclamei de fotos fora de foco do governador que a Secretaria de Comunicação estava divulgando.

Ficava mais ou menos subentendido que o defeito seria do fotógrafo, embora eu não tivesse afirmado. Pois o Diretor de Imprensa da SECOM me informou que o pessoal lá da fotografia, também preocupado, mandou a câmera pra assistência técnica e descobriu que ela tinha um defeito no chip que controla o foco. O fotógrafo que usava a câmera podia tentar de tudo, que sempre dava uma distorção. Agora o problema tá resolvido e a careca do LHS está mais nítida que nunca.

ESSES VALENTE...
Leio no site de notícias do Vitor Vieira (www.videversus.com.br) que “Telefonemas de Valente são muito suspeitos”. Claro que fui ler, assustado. Mas não tinha nada a ver comigo. Tratava-se de um tal de Carlos Eduardo Valente, lobista que andou ligando para o Ademirson, assessor do Palocci.

Em outro lugar tinha “Valente tira Marta Suplicy do horário gratuito”. Dessa vez se referia ao corregedor eleitoral de São Paulo, Marco César Valente, que vetou a ex-prefeita nos programas eleitorais do PT.

3 comentários:

Anônimo disse...

O link para o blog no Observatório da Imprensa está errado, tem um "b" a mais no meio do endereço.

Cesar Valente disse...

Obrigado, Pedro. Já avisei pra eles.

Anônimo disse...

Comentário ponderado o seu. Retirei meu post. De qualquer forma, o apelo do Sindicato e da Fenaj já circula. E pode levar os colegas lá de dentro a, quem sabe, tomarem alguma posição mais ativa em relação ao caso.