sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

SEXTA

EXCLUSIVO
AS DESPESAS DOS
DIRIGENTES DA SANTUR

Nos três primeiros meses de 2006 o presidente da Santur, Jorge Nicolau Meira e seu fiel escudeiro, o diretor de Marketing, Valdir Rubens Walendowsky (vistos na foto dentro do mapa) têm viagens ao exterior já realizadas e por fazer cujas diárias, passagens e outras despesas somam cerca de R$ 158.600,00.

* Os valores das despesas resultam da soma das diárias, passagens e um tal de “custo de participação” (que eu imagino que seja a inscrição dos eventos), originalmente cotados em euros:

Período-----------------------Local-------------------------------Custo aproximado
7 a 31 de janeiro-------Utrecht, Lisboa e Madri----€ 36,600
15 a 26 de fevereiro---Milão e Praga----------------€ 12,800
8 a 12 de março-------Berlim-------------------------€ 13,400
Total: € 62,800

Para não complicar as contas, não somei aí uma viagenzinha mixa, que os dois deixaram para o gerente de Marketing, Eduardo Simon, fazer: de 22 a 24 de fevereiro ele vai a Bogotá, na Colômbia, participar da XXV Vitrina Turística Anato. As despesas com passagens, diárias e um “custo cooperado Embratur” somam “só” US$ 3,600 (cerca de R$ 7,7 mil).

Toda regra tem suas exceções. O aperto nos gastos com diárias que o governo LHS tentou implantar, estabelecendo normas rígidas que definiam número máximo de dias de afastamento de servidores e outros parâmetros para moralizar a coisa, parece que têm, no caso da dupla Meira/Walendowsky, uma grande flexibilidade.

Naturalmente, um estado turístico precisa estar presente em todos os eventos internacionais, mesmo que o País tenha um Ministério do Turismo e um Ministério das Relações Exteriores fazendo quase a mesma coisa.

As autorizações do governador para tantas e tão freqüentes ações promocionais no exterior certamente estão apoiadas na esperança que os ganhos com o aumento do fluxo de turistas e de investimentos estrangeiros em turismo tornem essas despesas insignificantes (e lhes dê efetivamente um caráter de investimentos).

DEVER DE CASA
Em todo caso parece que tanto o esforço do Tesouro quanto o sacrifício dos comissionados obrigados a praticamente viver na ponte aérea Brasil-Europa pode ir água abaixo se o Estado não fizer seu dever de casa.

Coisas como, por exemplo, a inacreditável prisão de uma centena de turistas chilenos, a inaceitável falta de saneamento básico, a ocupação desregrada do litoral e a violência urbana crescente não só podem fechar as portas eventualmente abertas, como também fazer com que se espalhe, mundo afora, que a propaganda é enganosa.

O FUTURO DA PONTE
Hoje à noite o governo estadual faz grande festa na cabeceira da ponte Hercílio Luz, para marcar a assinatura da ordem de serviço da restauração. Já eu prefiro esperar um pouco mais antes de festejar. A coisa vai levar tempo e muita água, cocoroca e baiacú vão passar embaixo da ponte antes que a gente possa, finalmente (e se tudo der certo), voltar a utilizá-la.

COMEÇOU!
O choque entre o movimento Passe Livre (aqueles que defendem que o trabalhador de salário mínimo pague passagem, mas o estudante filhinho de papai viaje de graça) e a PM fez ontem sua primeira vítima: o bom senso.

Ao prender o Cláudio Silva, fotógrafo do Diário Catarinense e reter seu equipamento, a Polícia Militar deu, literalmente, um tiro no próprio pé. Demonstra despreparo, falta de treinamento para lidar com movimentos populares e principalmente desconhecimento da Constituição.

Certamente hoje alguém vai tentar justificar como fato isolado, dirá que algum policial exagerou ou mesmo que o Sarará (o fotógrafo) desacatou a autoridade. Tudo em vão: atos como o de ontem mancham a corporação e o governo como um todo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Que feio pra polícia!!!

Mas eu acho melhor a rebeldia do movimento passe livre do que a apatia do pessoal que aceita a exploração das empresas de ônibus sem fazer nada. Estes só reclamam e não fazem nada pra mudar a situação.

Anônimo disse...

creio que na matéria "AS DESPESAS DOS DIRIGENTES DA SANTUR", não foi contado as viajens para São Paulo na "Casa Santa Catarina", e os gastos com carros alugados por lá...

Anônimo disse...

negócio é repressão mesmo. capangas do Dário atuando no protesto.
O Decreto do filho da puta diz que a Tarifa é R4 2,00, só que ele divulga que é 1,75.
Porra é R$ 2,00 em dinheiro que é a moeda oficial do bananão.
O resto é putaria e enganação. Ter que dar dinheiro antecipado para estes filhos da puta.

Cesar Valente disse...

De fato, anonymous: eu deveria ter dito que se tratava apenas de "despesa internacional". Provavelmente, nos dias em que não estão no exterior, eles devem cumprir agenda nacional, pra lá e pra cá...