segunda-feira, 12 de setembro de 2005

SEGUNDA


A SEMANA PROMETE
O anúncio das modificações que deverão ser feitas no sistema (des)integrado de transporte coletivo, pra variar, foi feito com enorme inabilidade. Ao deixar “vazar” informações esparsas, a Prefeitura perde a oportunidade de organizar essa divulgação e informar direito a população.

O resultado dessa maneira de trabalhar, sempre reagindo (mal) às pressões, poderá ser visto ao longo da semana, com a reação dos cobradores e motoristas e dos usuários. Uns porque ficaram sabendo que no ano que vem o número de empregos vai diminuir.

Outros porque ficaram sabendo que vão mexer nas tarifas... pracima! A tarifa mais baixa hoje é R$ 1,55 e vai passar para R$ 1,80.

O plano pode até ser muito bom, mas da forma como está sendo anunciado, pode gerar mais problemas do que soluções.

O CARTEL EM AÇÃO
Imagino que a esta altura ninguém mais tenha qualquer dúvida sobre o que vai acontecer com o preço dos combustíveis em Santa Catarina, regulados por um cartel.

Florianópolis tem o preço mais alto do mundo e não vai baixar. Serão os demais municípios que irão subir até se igualarem ao preço praticado na capital. Um indício concreto já foi possível ver no final de semana.

Na sexta-feira a Petrobras aumentou em 10% a gasolina nas refinarias, mas em alguns postos de Santa Catarina o repasse chegou a 12%. O reajuste do diesel de 12% nas refinarias também foi maior no Estado, de até 15%.

Em Florianópolis deve ser um pouco menor, mais próximo dos 10%, para permitir que o restante do pessoal possa chegar perto. Acho que eles imaginam que se todos os postos do estado tiverem preços semelhantes, acaba essa gritaria contra o preço alto cobrado em Florianópolis, certo?

GOVERNOTUR 2, O VICE
Ontem à noite LHS e comitiva nem tinham chegado direito e o Vice Eduardo já estava partindo. Vai passar dez dias na Europa. Cumpre extensa agenda na Itália e nos últimos dois ou três dias vai ao arquipélago dos Açores, prestigiar convênios que a FCC e a UFSC estarão assinando.

O Centro Administrativo não divulgou qual é a comitiva do Vice, mas como a viagem é longa, a gente não precisa ter pressa. Hoje eu vejo isso e conto amanhã pra vocês (que precisam saber de todos os detalhes porque estão pagando as passagens, hospedagens e refeições).

A EQUAÇÃO AMIN
O ex-governador Esperidião Amin está jogando todas as suas fichas na compreensão, que ele espera que o eleitor terá, de que fidelidade partidária é igual a honestidade. O contrário, ou as mudanças de partido, significariam desonestidade ou coisa parecida.

Por isso, mesmo com a cúpula do seu partido metendo os pés pelas mãos, Amin não arreda pé do PP. E reza para que as CPIs e a Comissão de Ética da Câmara façam uma limpeza que permita com que o partido (aí entendido o grupo que ele apoia) se ponha novamente de pé.

Se, contudo, a situação do PP ficar ainda pior (se Janene, por exemplo, não for cassado), o ar partidário poderá ficar irrespirável e aí a possibilidade de mudança terá que ser reavaliada.

A EQUAÇÃO PT
É mais ou menos a mesma situação de boa parte dos petistas catarinenses, que sempre se opuseram aos atuais dirigentes do seu partido. Eles esperam por um milagre no dia 18, quando serão realizadas as eleições internas do PT. Se houver renovação na direção partidária, acende-se uma luz no final do túnel. Se a coisa ficar na mesma, o pessoal vai ter um enorme abacaxi nas mãos.

Terão que escolher entre ficar ou sair. Ficar, como minoria, num partido cujo desgaste poderá ser ainda maior nos próximos meses. Ou sair para uma nova casa, às vésperas de uma eleição. Situação muuito complicada.

A EQUAÇÃO PSDB
Vejo por aí muita gente boa colocando o PSBD num mar de tranqüilidade. Tanto pode se aliar com o PFL e o PP, como com o PMDB, dependendo dos ventos federais. Se for preciso, tem candidato a governador, se não, tem candidato a vice. Beleza, né?
Mas há também quem garanta que o atual presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, que levou grana do esquema Marcos Valério, não escapará impune. Ele só foi colocado em outra lista.

Os respingos que isso vai causar e até onde atingirão só serão avaliados depois que o fato se concretizar. A exposição na mídia e eventuais desdobramentos poderão tornar o PSDB um pouco mais vulnerável, deixando-o em igualdade de condições com os demais.

AH, ESSA FALSA CULTURA...
No dia 9 publiquei aqui uma notinha estranhando o uso da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Cultura, Turismo e Esporte.

Certamente para esclarecer alguma coisa, em resposta à nota, a mesma assessoria enviou-me um e-mail, cujo título é: “Resposta a Carlos Valente”.

Como minha mãe sempre me ensinou que a gente deve respeitar os outros chamando-os pelo nome correto, joguei o e-mail no lixo (explico para os distraídos: conforme está bem grande ali em cima da página, me chamo Cesar, não Carlos).

Mas, um pouco antes de jogar fora, pude ver um pouco do seu conteúdo. Antes não tivesse visto.

A secretaria é de Cultura, certo? Pois bem, dói saber que vieram de lá essas frases que reproduzo sem tirar nem por:

“– Sempre ajudaram na divulgação e na isenção de taxas teatrais (apresentadas no CIC e no TAC), quando se possível e não podendo ajudá-los de outra maneira. Isso vale para qualquer artista que nos procurem;” (sic!)

E, mais adiante:
“– Quando do contato com a assessora da Secretaria, gostaríamos de informamos que a mesma estava seguindo viagem de férias e por isso lhe foi passado uma resposta errônea;” (sic!)

Inacreditável! O português foi maltratado, vilipendiado, amarfanhado, por servidores públicos que deveriam defender nossa cultura (a língua é parte da cultura, pois não?).

Nem vou falar do conteúdo, que é outra história (quando a pessoa está saindo de férias fica mais propensa a cometer erros?). E o que interessa mesmo, para os artistas catarinenses, é o final da carta, que, pelas linhas tortas de sempre, demonstra a disposição de ajudar, gratuitamente:

“Reafirmamos a nossa disposição de ajudar a qualquer artista – grupos musicais, grupos teatrais e solistas – na medida do possível e para isso não recebemos qualquer benefício de artistas”. (sic!)

WWW.SEURS.UFSC.BR
Pra se ter uma idéia do tamanho do Seminário de Extensão Universitária da Região Sul, que está sendo realizado até quarta-feira na UFSC: hoje serão apresentados 51 trabalhos (em sessões simultâneas, em três salas). Uma babel cultural. No bom sentido.

Nenhum comentário: