PROFESSOR UNGARETTIAmanhã será lançado, em Florianópolis, o livro “Direito e Processo: estudos em homenagem ao Desembargador Norberto Ungaretti”. Como o próprio título já informa, é um tributo ao jurista e professor, que em 40 anos de Universidade Federal de Santa Catarina teve, como alunos, nada menos que 20 dos 40 atuais desembargadores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
A homenagem é promovida pelo TJ, Centro de Estudos Jurídicos e Fundação Boiteux. Será nesta quarta, às 19:30h, no auditório do anexo do Tribunal, sala de sessões do Tribunal Pleno.
REMOÇÕESA prefeitura de Florianópolis vai gastar uma grana para construir casas para as famílias que ocuparam irregularmente a Ponta do Leal, no Estreito. Construíram palafitas sobre as pedras, a areia e o mar e agora serão removidos para um conjunto habitacional.
Jamais entenderei por que as prefeituras deixam formarem-se as favelas em áreas centrais e irregulares. Em geral a coisa demora um certo tempo. Um faz um barraco, dali a algum tempo outro e assim, em um ano ou mais, forma-se uma comunidade sob as vistas de todos, menos de quem deveria zelar para que a cidade não se transforme numa terra de ninguém.
Tivesse eu algum poder e trataria de cobrar, de todos os prefeitos, secretários e fiscais de todos os anos em que a palafita se formou e se manteve, as despesas de construção de moradia para aquele pessoal.
Se em determinada área não se pode construir, então não se pode construir. Mas parece que a jogada é deixar os pobres-coitados ocuparem, para que o preço dos terrenos baixem e aí, depois que os empresários espertalhões fizeram seus bons negócios, a prefeitura arca com o prejuízo e “limpa a área”.
VEREADORES VENAISEsta história ouvi numa mesa de restaurante, de um empresário de hotelaria que estava em outra mesa. Fanfarrão, falava tão alto, tão dono do mundo, que eu e mais uns tantos que estávamos ao redor ouvíamos perfeitamente.
Em resumo é o seguinte: ele compra, baratinho, um terreno numa área residencial. Como não se pode construir edifícios, o valor é baixo.
Aí, “conversa” com um ou mais vereadores, escorrega para os bolsos deles alguns milhares de reais (ou um carro de luxo, ou uma viagem ou algum outro mimo) e milagrosamente aparece uma proposta modificando o Plano Diretor e autorizando, por enorme coincidência, a construção de prédios naquela zona. Justamente onde o nosso gabola tem um terreninho.
Liberada a ocupação, ele vende o terreno e tem um lucro absurdo, que compensa fartamente os gastos que teve com seus amigos vereadores. É coisa de comprar o terreno por R$ 80 mil, dar R$ 50 mil para “abrir caminhos” e vender por mais de um milhão. Mina de ouro. E ele ria, como se tudo fosse absolutamente legal, normal e comum.
O pior é que, da forma como as coisas andam em muitas câmaras de vereadores, essas negociatas estão se transformando mesmo em coisas corriqueiras, banais e completamente integradas à paisagem.
CORAÇÃO DE JESUSFlorianópolis é uma cidade que se apega a umas coisas muito estranhas. Agora tem uma porção de gente achando ruim que o tradicional Colégio Coração de Jesus, que era das irmãs da Divina Providência, tenha sido vendido e mude de nome.
No século passado, os meninos riquinhos da cidade estudavam no Colégio Catarinense, dos Jesuítas e as meninas no Coração de Jesus.
O tempo passou, as coisas mudaram, o ensino nos colégios particulares perdeu qualidade e não faz mais sentido achar que mudar o nome ou fechar um colégio particular seja coisa muito grave. Grave foi o que fizeram com a educação como um todo (ou o que não fizeram, melhor dizendo).
Grave é a falta de escolas públicas de qualidade. Grave é a desastrosa falta de preparo da maioria dos professores e das professoras, analfabetos pedagógicos, sem didática, sem conteúdo e sem vontade de ensinar. O resto é perfumaria ou assunto para conversar nas esquinas e nos bares.
Muito mais interessante que a mudança de nome (virou Bom Jesus) é toda a história anterior do Colégio, que nas últimas décadas de seu século de existência, abrigou escândalos que mereceriam um livro picaresco.
Ou vocês já esqueceram da diretora, irmã da Divina Providência, que teve que sair na moita, para não causar escândalo. Teria dado um desfalque na tesouraria do Colégio. E ainda mantinha um romance tórrido com alguém Seria uma funcionária do departamento financeiro, ou um maestro, dependendo de quem conta a história.
Portanto, afligir-se porque uma referência histórica centenária como o Colégio Coração de Jesus vai mudar de nome ou de dono seria grave se esta fosse uma capital realmente preocupada com a sua cultura e seus monumentos. Nessa Florianópolis que está aí não faz sentido perder tempo com isso.
ISTO ERAO “trouble-maker” e banqueiro Daniel Dantas (banco Opportunity) que iria comprar 51% das ações da Editora Três, que edita a IstoÉ e outros títulos, deu a ré e não assinou o compromisso.
De qualquer forma, Dantas já era praticamente um sócio da Editora Três, de tantas contribuições e negócios comuns. Comprar ou não comprar, a rigor, não mudaria muita coisa. Assim como dizer que não comprou não altera grande coisa. Tanto Alzugaray, o atual dono, como Dantas, são homens de negócio e saberão... negociar.
GOVERNO INCULTOO ex-reitor da UFSC, ex-secretário da Educação e presidente virtual da Fapesc, Diomário Queiroz, anda desanimado com o futuro. A Fundação que ele dirige sem ter ainda sido nomeado, tem um passivo tão grande e as fontes de recursos para pesquisas e inovação andam tão escassas, que ele já fala em abandonar o barco.
Se alguém se desse ao trabalho de coletar todas as pérolas ditas por LHS sobre cultura, sobre apoio à inovação, sobre valorização da educação, da pesquisa e fizesse um comparativo com a prática, com o dia-a-dia dessas áreas, veria que tudo não passa de palavras ao vento.
Biblioteca estadual com problemas? Doe para o município. Universidade estadual com problemas? Crie novos campi, interiorize. Educação em crise? Construa galpões baratos para servirem de quadras cobertas. Modernização e governo eletrônico emperrados pelo sucateamento dos equipamentos e a fuga de cérebros? Vamos falar mais sobre isso, porque a cada discurso a plebe imagina que as coisas estejam acontecendo da forma como são ditas e descritas e não como de fato são.
Ah, e se começarem a reclamar muito que o principal teatro da capital está sem recursos, sem papel higiênico, jogados às traças, vamos construir um outro maior, mais bonito. Porque se não havia grana para manter um, certamente não haverá para manter dois, mas os idiotas acharão que o velho teatro só está decadente porque outro melhor está sendo construído.
E assim vai.
VAMOS PARA A EUROPA?E aí, você minha amiga, você, meu amigo, já receberam convite para participar da alegre comitiva governamental que vai passear na Europa? Ontem o presidente da Comissão de Finanças da Alesc, deputado Jorginho Mello, que não é bobo nem nada, disse que também vai.
No período (de 9 a 23 de março) tem a tramitação da reforma administrativa do governo na Assembléia Legislativa, com audiências públicas e tudo mais. Mas o que é isso perto da enorme importância da presença do deputado Jorginho na comitiva? Como o governador poderá participar de almoços, jantares, reuniões e visitas, sem que o deputado esteja lá? Ele e mais uns quantos.
Por falar nisso, nunca convidaram o DIARINHO para esses passeios. Deve ser porque sabem que é capaz da gente ir e depois só contar os detalhes sórdidos e as ridicularias.
6 comentários:
Cesar,
O post sobre os vereadores venais explica como e porque a cidade está sendo destruídae deixando de ser a boa Florianópolis que conhecemos. Triste, mas é verdade!
Cesar,
Tenho dito e repetido aqui nesse espaco que ha Vereador ja noticiado pela imprensa que esta sendo processsado pela Receita Federal por sonegacao de impostos com renda e patrimonio incompativeis com sua receita. O Vereador em questao, como todos sabemos tratar-se do Juarez da Silveira tem sua impressao digital colada nos Construtores do Estado. O que me espanta eh que nada acontece, quando em todas rodas da cidades suas atuacoes sao comentadas com detalhes sordidos da desenvoltura que praticam esses atos de fina corrupcao.
Abs
Pedro de Souza
Cesar,
O Colégio Coração de Jesus nos ultimos anos possou por vários problemas. Acho muito estranho que esses defensores do CCJ nunca se manifestaram em defesa desse colégio, diante de fatos graves que lá ocorrerão e que toda a cidade soube. Nos ultimos anos várias turmas foram juntas por falta de alunos. Só agora quando parece ter se encontrado uma solução para não deixar o colégio fechar, é que esses ditos defensores das tradições da Cidade aparecem.
Cesar,
Sobre a proliferação de favelas, vi esta semana uma situação típica.
Sob a ponte Colombo Salles, no lado continental, foi construído um barraco com janela voltada para o mar e ao lado, foi instalada uma rede para se descansar e apreciar a paisagem.
Coisa linda. Pena que eu não tinha uma máquina fotográfica para capturar a cena e mandar-lhe uma "chapa".
Amanhã virá outro barraco e depois, uma comunidade se formará. A Celesc colocará energia e a Casan providenciará a água. Esgoto não precisa porque é só jogar no mar.
Quando passar ali não deixe de observar.
"Se alguém se desse ao trabalho de coletar todas as pérolas ditas por LHS sobre cultura, sobre apoio à inovação, sobre valorização da educação, da pesquisa e fizesse um comparativo com a prática, com o dia-a-dia dessas áreas, veria que tudo não passa de palavras ao vento."
As ultimas eleições para o Gov. do Estado mostraram que quanto menos cultura, mais fácil de enganar o povo com "palavras ao vento".
Alguem disse aqui que agora que o colégio CJ está quebrado é que se levantam p/ defende-lo. Não é bem assim: a mobilização é p/ preservar o nome (que não se mude o nome), porque nada se pode fazer quando uma instituição privada é mal administrada e vai a falência. Ou vc acha que poder público vai botar dinheiro p/ salvar empresa privada? Já basta o que o FHC deu aos bancos quebrados(proer).
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