Ontem o Secretário da Fazenda, Sérgio Alves (à esquerda na foto acima), foi explicar, na Assembléia Legislativa, a situação financeira do estado. Pelo jeito, desagradou até a sempre cordata deputada Odete de Jesus, que normalmente não entra em bola dividida nem se mete em questões cabeludas. A deputada “lamentou a falta de conhecimento do secretário sobre o projeto da reforma administrativa”. E, com outros parlamentares, pediu a presença do Ivo Carminatti (faz-tudo e secretário de articulação) e do secretário da Administração para explicar o que o der para explicar, antes que a votação comece.
TÔ NOS ANAIS!
Ontem esta coluna e o DIARINHO foram citados na sessão da Assembléia Legislativa. Da tribuna, o deputado Kennedy Nunes (PP) não só falou (bem!) da gente, como pediu que a coluna fosse introduzida nos anais da Casa. Esta parte eu nem vou comentar, porque é sempre uma coisa delicada colocar uma coluna, do calibre desta aqui, nos anais de um lugar chique como a Alesc.
Não é, contudo, nenhuma comprovação de mérito especial: apenas mostra que o jornal é lido pelos deputados e seus assessores. E que os assuntos tratados ontem agradaram a uma das bancadas da Casa. E nem podia ser diferente, afinal gastei metade da coluna mostrando uma denúncia feita pelo PP, partido do Kennedy.
Em todo caso, merecer registro na ata de alguma sessão legislativa (os tais anais) é sempre honroso e importante. Esta é uma forma de se entrar para a História. Os pesquisadores utilizam os registros das casas legislativas, entre outras fontes, para ir montando seus relatos.
LEGISLAÇÃO VIRTUAL
O comando do Corpo de Bombeiros Militar inventou uma nova forma de administração pública, que demonstra a criatividade do pessoal, quando se trata de criar novos cargos.
O Projeto de Lei que cria a estrutura do Corpo de Bombeiros está parado em alguma gaveta desde 2003. O governo ainda não o enviou para a Assembléia. Isto seria um grande empecilho porque, na prática, enquanto o projeto não virar Lei, o que está previsto ali não pode ser concretizado. Mas aqui, país do jeitinho e das leis virtuais, não faz a menor diferença.
Em janeiro e em fevereiro foram editadas, pelo Corpo de Bombeiros Militar, duas portarias criando diretorias. E, por incrível que pareça, elas dizem explicitamente que, como a Lei que permitiria a criação dos cargos ainda não foi aprovada, criam os cargos assim mesmo.
Só não entendi se as portarias rebeldes são uma demonstração de agilidade ou apenas um desaforo. Uma espécie de canelada no Centro Administrativo, que não encontrou jeito de mandar para a Assembléia o necessário projeto de Lei. E aí os BM, cansados de esperar, passaram o trator.
PARTIDO/RESTAURANTE
Os florianopolitanos mais entrados em anos haverão de lembrar do restaurante Democrata’s, que existia no centro da capital. Se não me engano, o deputado Marcos Vieira (PSDB) chegou a ser um dos donos, na fase final.
Por causa desse restaurante, ainda não consegui me acostumar com o novo nome do PFL. Sempre que ouço ou leio “Democratas” acho que estão falando do restaurante.
Em todo caso, parece adequado, porque se as coisas não forem muito bem nas eleições, sempre dá para vender a franquia do nome para montar uma rede de restaurantes.
E como numa loja ou numa lanchonete tradicional, os antigos proprietários (a velha guarda do PFL) instalaram-se num Conselho, afastados do dia-a-dia, para que a gurizada (os filhos), vá pegando traquejo no balcão (nos cargos da executiva). Mas ficarão de olho.
GRANDE SÍLVIA
Sílvia Pinter, uma das grandes repórteres do jornalismo catarinense deixou as redações e começa, na segunda-feira, como assessora de imprensa da Associação Catarinense do Ministério Público.
Com filho pequeno precisando de atenção materna e ela própria precisando de tempo para curtir a criaturinha, achou melhor deixar o jornalismo por uns tempos para exercer uma função mais tranqüila, com horários um pouco mais regulados e com folgas semanais. Decisão acertadíssima.
O jornalismo, vocês sabem, é uma cachaça, uma coisa que vicia e às vezes a gente até esquece que precisa ter uma vida fora do trabalho, que precisa “dar um tempo” na correria. Cuidar da gente, das pessoas queridas, da saúde mental (o jornalismo deixa a gente meio louco, às vezes) e variar o ritmo.
Fazer assessoria de imprensa é uma forma de não se afastar completamente dos coleguinhas, não deixar de ter contato com o jornalismo e até usar algumas técnicas jornalísticas em várias atividades. Mas sem o estresse de uma redação de jornal diário.
Claro que, daqui a algum tempo, ela volta. Para desespero dos poderosos de plantão, que devem estar se sentindo muito aliviados com a ausência daquela repórter impertinente que sempre conseguia arrancar a informação que estava buscando.
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Deu na coluna do Prisco Paraíso (em A Notícia):
“No embalo da TV Lula, vem aí a TV LHS. O canal de televisão do executivo estadual sai do papel até o final do primeiro semestre de 2008. O projeto prevê, numa primeira etapa, difusão em sinal aberto e repetidoras nas principais cidades do Estado. Profissionais da área já estão sendo contatados. Investimento superior a R$ 20 milhões.”Já estou até imaginando qual será o programa especial de estréia da nova rede de TV oficial: um documentário mostrando LHS passando sobre a ponte Hercílio Luz, de metrô.
DEVOLUÇÃO DE VOTOS
A interpretação do Supremo Tribunal Federal sobre fidelidade partidária para os cargos proporcionais é daquelas coisas cuja lógica é cristalina.
O voto que elege os deputados é do partido. Se não fosse assim, o Salum teria se elegido. Ele teve mais de 70 mil votos. Só que o partido dele não conseguiu alcançar o número de votos que precisava para dar, ao Salum, uma cadeira na Câmara.
Então, é lógico que cada partido tenha a posse dessas vagas. E sempre que o sujeito quiser apear do partido, perca o direito à vaga. Perfeito.
Temo, contudo, que se consiga dar um jeitinho e a lógica cristalina vire um caco de vidro e seja jogada no lixo.
Enquanto isso não acontece, os partidos que sofreram lipoaspiração começam a se mexer para pedir os mandatos de volta. O PSDB quer a vaga hoje ocupada pelo Djalma Berger, que virou a casaca depois de ter sido eleito pelo PSDB. E o Nelson Goetten também está na mesma situação.
Por via das dúvidas, os suplentes já mandaram os ternos para a tinturaria e foram vistos ontem comprando sapatos novos e lustrosos.
VIEIRÃO, O CONTADOR
O ex-deputado Antônio Carlos Vieira (vieirao.com.br) publicou ontem uma lista de sete polpudas dispensas de licitação do governo LHS e mais umas 22 ações populares impetradas contra o governo LHS pela bancada do PP. Ele diz que as listinhas foram anexadas à representação que o partido apresentou, pedindo que o ex-ministro Dejandir Dalpasquale diga, afinal, os nomes de quem ficou rico no governo.
Os pepistas, que querem se qualificar como uma força importante de oposição, ficam meio mordidos quando alguém fala, em público, que “ninguém faz nada” contra irregularidade ou suspeitas de. Eles mostram, com listas como as que o Vieirão publica, que têm tomado iniciativas, dentro do que é possível fazer. Só que tem casos que não dá para ir muito além de espernear e se queixar ao bispo.
6 comentários:
César, será que os novos "Democratas" também só irão utilizar os sapatos "Democrata"?
E os companheiros da esquerda, irão iniciar algum boicote a tais sapatos?
São questões profundas que não querem calar...
Agora, sobre o documentário de LHS andando sobre a Hercílio Luz de metrô, não é documentário, tá mais pra "filme B" de terror, aqueles bem "trash" hehehe
abraço!!
Chega em boa hora essa questão da fidelidade partidária, mostrando que a reforma política é urgente (querendo ou não os depudados!!).
Está na hora de cobrar também dos eleitos que cumpram as promessas feitas em campanha ou senão, que percam os cargos, pois afinal votamos em pessoas que prometem algo, em partidos que tem um programa....ou não?
Abraços
Antonio Carlos
E se...de repente...aquela conversinha de corte de 30% dos comissionados e extinção de GAF...fosse tudo "brincadeirinha"? Não tinha como o secretário Sérgio Alves conseguir explicar, não é mesmo?
Concordo com o leitor acima. O secretário Alves, da Fazenda, não tem mesmo como explicar repercussão financeira da reforma, pois na verdade tem 2 reformas, a que entrou na assembléia e a que vai sair de lá "recheada".
Caro César !
Quanto ao restaurante Democrata's,
existiu no centro da capital, na rua Tte. Silveira, entre as ruas Deodoro e Trajano.Anos 80 ! Marcos Vieira, foi um dos donos na fase inicial !
Pombas, ter um partido e trocar o nome (seria vergonha de PFL?) para Demócrata´s é como ter um bar e chama-lo de Cerveja´s. Todo mundo se denomina democrata, é adjetivo. A mudança é sinônimo de fraqueza, de vergonha, é morte por inanição intelectual.
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