quarta-feira, 9 de maio de 2007

Quarta

LULA ONDE?
O presidente esteve em Santa Catarina ontem em ritmo de vapt-vupt. Apertou um botão, abraçou a filha, fez um discurso e foi embora.

A FAZENDA SE MEXE
Falei aqui, no final de semana, sobre o caso do posto de fiscalização da receita estadual, no norte do estado, que só funciona três dias por semana, ainda assim porque um fiscal vem de Chapecó. A turma de Joinville, a cuja jurisdição pertence o posto, alega inúmeros motivos para não ir até lá.

Na mesma história, enviada por um leitor, estava o caso do posto da Cidasc, na mesma fronteira, onde uma coitada de uma servidora trabalhava sem apoio policial, correndo todos os riscos. A PM, naturalmente, alega inúmeros motivos para não dar segurança àquele local.

Até agora, só a secretaria da Fazenda dignou-se a dar alguma explicação. A assessoria de comunicação informa que, no diagnóstico da situação que o secretário Sérgio Alves mandou fazer, foram detectados problemas como o mencionado na carta do leitor. E, segundo eles, todos os casos “serão averiguados e solucionados”.

Os coleguinhas aproveitam a ocasião para contar todas as coisas que a secretaria está fazendo para tornar mais eficaz e ágil a fiscalização e o atendimento ao contribuinte, na incessante busca da tal de “modernização”. Nós, que pagamos impostos, ficamos na torcida que as coisas funcionem cada vez melhor, que os sonegadores sejam pegos e que os caloteiros não sejam perdoados com tanta freqüência.

BOM SENSO

O procurador-geral de Justiça também recomendou ao governador LHS, que desista de tentar legalizar o jogo em SC. O decreto de LHS, segundo o procurador, contraria a Constituição.

Pra que depois não digam que não sabiam ou que não foram avisados, o procurador Gercino Gomes Neto também fez recomendação semelhante ao delegado-geral da Polícia Civil e ao procurador-geral do estado.

O BODE DO HORTO
O governador, ao sancionar a reforma administrativa, manteve o artigo que autoriza a venda parte do terreno da Epagri, no Itacorubi e só vetou aquele “pequeno detalhe”, que vinculava o uso da grana obtida em projetos da prefeitura de Florianópolis.

Pois é, tanto auê para que, no final, retirado o bode, ficasse tudo como antes: o governo continua autorizado a vender a área (desde o começo a proposta era mesmo de vender só parte da área). O Dário fica sem reforço de caixa. E a grana pode ir até para reformar as escolas de Joinville.

E a família Cesar Souza continua muito empenhada em construir o tal horto. Ontem, o Cesar Souza Sênior (pai do deputado Cesar Souza Júnior) mostrou, no programa de TV dele, imagens do projeto do horto. Os xarás parecem muito decididos a criar ali esse parque. Mas o LHS não fica atrás e já anunciou que ele próprio vai enviar para a Assembléia o projeto criando o Jardim Botânico na área que não for vendida.

Modesto, como sempre, LHS disse que ali poderá ser construído um jardim botânico maior do que os que existem em Curitiba ou Belo Horizonte.

E eu continuo desconfiado. De quem são os terrenos e os empreendimentos próximos, que vão valorizar bastante? Afinal, ficarão ao lado de enorme área verde, onde não se poderá edificar.

O NOSSO ADVOGADO
O procurador geral do Estado é, como o nome diz, advogado do Estado. Teoricamente, deve defender o estado de Santa Catarina. Pra isso é pago por nós. Não pode sair advogando de qualquer maneira para particulares, só porque ocupam cargos públicos.

Quando o LHS manda o procurador geral fazer as vezes de advogado do cidadão Marcílio Ávila e pagar o mico de “representá-lo” na Polícia Federal, corre o risco de levar um processo igual àquele que transitou em julgado em 2006, onde o secretário da Comunicação foi condenado a pagar os honorários do procurador adjunto que LHS mandou defendê-lo numa ação pública.

Portanto, não é a primeira vez que o LHS manda procuradores (ou seja, os advogados do estado) atuar como advogados particulares. E, neste caso específico, numa ação que, em nenhum momento, envolve o estado. E se refere a fatos anteriores à posse do Marcílio na Santur.

PIROTECNIAS
O governador LHS, que acusou a PF de fazer muito alarde com a prisão de seus amigos, ofereceu um jantar de desagravo ao empresário Fernando Marcondes de Matos assim que ele foi solto. LHS o recebeu no palácio residencial para consolá-lo e mostrar que, apesar de tudo, continuam amigos.

É muito desagradável privar as pessoas da liberdade. Mas infelizmente não tem como investigar, se der tempo para os envolvidos conversarem e combinarem o que dirão. Vejam o caso do mensalão. A investigação da CPI iniciou com todos soltos. Delúbio foi a Belo Horizonte, sem fazer segredo, combinar com o Marcos Valério a versão que, dizem as más línguas, foi cientificamente testada pelo Ministro da Justiça: despesas não contabilizadas. E aí, pronto, estabelecida a versão, determinada a linha, adeus tia Chica. Não se chega mais a lugar nenhum.

Mas LHS não está sozinho na luta contra o “atraso” ambientalista. Lula anda porraqui com o Ibama no caso das hidrelétricas do Madeira. A governadora do RS demitiu a secretária do meio ambiente por causa de conflitos com multinacionais. Esta pirotecnia ambiental está com os dias contados...

À direita, Marcílio Ávila, presidente da Santur, ex-vereador, ex-presidente da Câmara de Vereadores da capital. Depois de uma temporada em Buenos Aires, deu ontem uma passadinha rápida na PF, para cumprimentar o amigo Juarez.

3 comentários:

Anônimo disse...

esse governador

LHS manteve os bingos e desafiou a justiça, criticou a PF, fez carinho no Marcondes, manteve o Marcílio na Santur, e ainda não demitiu o Juarez (que pagava mensalinho aos vereadores) da Codesc.
Enquanto isto a Folha de São Paulo deita e rola em cima dele.
Parece que está querendo midia nacional de uma forma ou de outra.
Falem mal mas falem de mim.

Anônimo disse...

Cesar,

Li agora que o Marcilio do Floripa Shopping foi a Policia Federal acompanhado do advogado Jose Carlos Dias, ex-Ministro da Justica e famoso por suas defesas na epoca da ditadura. O custo de Jose Carlos Dias, pode consultar com criminlistas da cidade, nao eh menor de 500.000,00 mil. O Marcilio tem esse dinheiro para pagar?

Anônimo disse...

Nossa, quanta besteira... por 500 mil vc contrata o Frank Rubino, advogado americano que defendeu o Noriega, meu amigo. Imagino que, pela naturalidade com que cita altas cifras, mesmo que não sejam cabíveis, vc deva ser um publicitário - e a conta do Iguatemi deve ser sua.