sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

SEXTA

CURSINHO TIO CESAR DE CONTRA-ESPIONAGEM
CUIDADOS BÁSICOS COM A PAPELADA
Na foto acima, uma reunião do alto comando do governo do estado. O governador, os dois vices, alguns dos principais secretários. Gente graúda. E muito descuidada. Permitiram que um fotógrafo (de confiança, por certo) fizesse uma foto inocente do grupo.

Mas eles não lembraram que hoje as câmeras têm uma resolução grande e uma excelente definição de imagem. Assim, se alguém mal intencionado pusesse os olhos na foto conseguiria, com dois ou três cliques no computador, ampliar a imagem o suficiente para ler o que estava escrito na papelada e na tela do lépitope.

Como sou um sujeito preocupado com a segurança nacional, aproveito para chamar a atenção para o que é possível ver nesta foto.

1 – Não importa o que seja, qualquer papel que estiver na frente do secretário da Fazenda vale uma olhada. Se está ali e, ainda mais, com marcações em amarelo, não deve ser banal. E não era mesmo.

2 – Uma tabela de custeio & investimento nos exercícios de 2005 e 2006 também não é coisa assim tão secreta. Mas dá pra perceber o que anda preocupando o governo.

3 – Algumas cópias que sobraram, provavelmente de papéis distribuidos aos participantes da reunião. Minutas da reforma administrativa? Minutas de decretos? Está de um jeito tão oferecido que até parece de propósito. Vai ver que querem mesmo que a gente fique sabendo disso aí.

4 – Uma lista com colunas de valores. Hum... listagem de cargos comissionados? Ou de arrecadação de ICMS por produto? Tá difícil de ler porque a letrinha é pequena... nada que o filtro apropriado não resolva.

5 – Os bilhetinhos são sempre importantes. Nesse aí, o Márcio (que Márcio? ainda bem que não é o Mário) dá uma informaçãozinha. Pode não ser nada, mas pode ser que, somado a outro fragmento de informação...

Portanto, senhoras e senhores agentes públicos, abram o olho e mantenham suas mesas limpas. Lembrem-se que hoje até os celulares têm câmeras.

Ah, se clicar na foto, abre-se uma ampliação. Mas, é claro, não amplia a ponto de poder ler alguma coisa.
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REFORMA DA REFORMA
O governador LHS quer “radicalização na descentralização”. Não sei exatamente o que isto poderá significar. Talvez queira dizer, apenas, que seus auxiliares não entendem quando ele diz que é preciso descentralizar. Descentralizar já contém um nível alto de radicalização. Vira de ponta cabeça o Estado da forma que era administrado.

Mas em quatro anos deu pra ver que em algumas ocasiões o LHS é voz isolada, ecoando no deserto. Principalmente quando fala em desconcentrar o poder. Supondo que ele esteja sendo sincero na sua oferta de abrir mão de parcelas de seu próprio poder, muitos de seus auxiliares fazem de conta que não entendem.

Ninguém abdica do poder. Ninguém dá, espontanea e pacificamente, a desconhecidos, poder igual ou semelhante ao seu próprio. É, certamente, o nó mais difícil de desatar, este que está na cabeça da turma que não quer ficar sem poder justamente agora, que chegou ao poder.

Para usar um exemplo extremo: imagine um cargo ocupado pelo Sontag ou por um preposto dele. Que parcela do poder desse cargo (pelo qual lutou tanto, com tantas armas) vocês acham que ele estaria disposto a ceder para descentralizar funções, tarefas ou atribuições?

GOL CONTRA
A Gol tem um vôo de sai de Buenos Aires, pinga em Assunção, no Paraguai, em Curitiba e chega a São Paulo, onde teoricamente passageiros para Florianópolis podem pegar uma conexão.

Como o espaço aéreo brasileiro é terra de ninguém e a Anac é uma ficção jurídico-administrativa, o que acontece, com freqüência, com os otários que, atraídos por tarifas mais baixas, resolvem vir de Buenos Aires a Florianópolis pela Gol?

Vão para Ezeiza na esperança de sair às 14h30. Saem três horas depois. Em Assunção, que devia ser só uma escala, precisam descer do avião (“é pra abastecer”). E tarde da noite, quando chegam a Curitiba, os idiotas que pretendiam chegar em Florianópolis por volta das 22h, são “convidados” a descer. É que já perderam a conexão em São Paulo e a Gol vai tentar um “atalho” via Porto Alegre.

Seria mais humano colocar os coitados dos passageiros num ônibus da Catarinense e mandar pra Florianópolis. Mas não, colocam num avião e mandam mesmo pra Porto Alegre. Lá, depois de muita briga, a inteligente linha aérea dos amendoins concorda em mandar a turma prum hotel, onde chegam às 3 da madrugada. Às 5 da manhã, duas horas depois, portanto, mandam acordar os imbecis, avisando que o café será servido às 5h30 e que o avião para Florianópolis sairá às 7 e pouco.

Adivinha o que acontece? Claro, lógico, evidente, o vôo só sai às 9 e pouco. Os tolos ficam cochilando pelos cantos, com aquela cara alaranjada de palhaços. Chegam a Florianópolis exatamente 12 horas depois do horário inicialmente previsto. E a turma de terra, que tem que ouvir os argentinos reclamar, conta que isso é quase todo dia. Imagina o estresse. Ainda bem que eles ganham muito bem e podem pagar o analista.

Quanto aos passageiros, nada a fazer. Talvez queixar-se ao bispo, quando ele voltar de férias.

(Update da madrugada: claro, quando os argentinos, depois dessa maratona, chegaram na casa dos amigos e parentes, em Ponta das Cañas ou outra praia do norte da Ilha e quiseram tomar um bom banho, só viram sair da torneira aquele som fantasmagórico: “Quá-quá-quá-quá!”).

AFINAL, É “DA” OU “DO”?
Ontem a www.sol.sc.gov.br, ficou o dia todo informando que Gilmar Knaesel vai tomar posse da “Secretaria de Estado da Cu...”

Leitores, preocupados, escreveram levantando algumas questões relevantes.

A primeira: o correto não seria “Secretaria de Estado do Cu...”?

A segunda: se ninguém consertou o erro é porque, no governo, ninguém lê o Diarinho (ou pelo menos não lê a minha coluna).

De fato, parece que ninguém, no governo, lê. E tudo indica que a coisa é mesmo com o Knaesel. Tipo sabotagem dos peemedebistas do Ciasc.

Sindicato dos Bancários de Brasília chiou contra
a “criativa” campanha publicitária do BB

2 comentários:

Anônimo disse...

Cesar;

Ainda sobre o tema da filha "não cantora" do Governador:
Se eu não tivesse a certeza de que a reforma no auditório do Centro administrativo do Estado visa tão somente a justificar a construção do heliponto, acreditaria que estão fazendo um teatro para as apresentações dela.

Anônimo disse...

Em relação à nota Gol Contra, gostaria de lhe informar que a Gol possui um voo todos os dias que sai de Florianópolis as 7h30 com destino a Buenos Aires, fazendo escala em Porto Alegre sem precisar trocar de aeronave. Este mesmo voo, depois da Argentina segue para Santiago. E todas as noites, acontece o voo de volta, saindo de Santiago, passando por Ezeiza e PoA, chegando em Floripa 23h50. (mas nunca chega no horário, claro!).
Além disso, agora na alta temporada, há quase todos os dias voos "charter" da Gol, Tam, Lan Argentina e Aerolineas fazendo ligação direta Floripa-Ezeiza durante a madrugada.