A partir de hoje, sempre que tiver boas fotos mostrando aspectos humanos da capital, abrirei uma janela nesta série que, à falta de nome melhor, chamarei de “Florianopolitanices”. Não que sejam coisas que só aconteçam em Florianópolis, mas serão retratos da cidade. E, principalmente, de sua gente.
Os leitores de qualquer uma das dezenas de cidades litorâneas, por onde circula este nosso bravo DIARINHO, certamente se reconhecerão em uma ou outra foto: boa parte do litoral catarinense é muito parecida. Seus habitantes, principalmente os nativos, têm hábitos comuns e até sotaque parecido.
Portanto, de olho na capital, vou deixar vez por outra de mostrar os figurões pra mostrar aqueles personagens anônimos que são realmente importantes e que fazem, afinal, as cidades serem vivas, alegres e calorosas. E que, antes de tudo, são os patrões de fato dos sabichões e das tais “autoridades”.
Os fotógrafos que quiserem participar podem entrar em contato por aquele e-mail que tem ali em cima.
[Para ver melhor a foto, clique sobre ela que se abre uma ampliação]
MANEZICES
A Aline Cabral é uma jornalista que poderia ser, se quizesse, uma grande cronista. Mesmo quando ela escreve relatos curtos, de fatos corriqueiros, o faz com graça e talento. Leiam a historinha abaixo e vejam se eu não tenho razão:
“Aproveitando que eu estava passando o final de semana no Pântano do Sul, comunidade de pescadores no Sul da Ilha, onde se entende o que é ser manezinho MESMO, fui a uma benzedeira.A BRONCA DA FAFÁ
A senhorinha, de 86 anos, pegou uns galhinhos de arruda, me pediu pra sentar de costas pra ela e começou a reza. Quando acabou a longa ladainha, mostrei pra ela a cicatriz da cirurgia; ela logo perguntou:
– não tás tomando banho de mar não, né?
– tô...
– então vai-ti pa mérda!”
A Maria de Fátima Souza Bayer, a Fafá, é pedagoga, ex-vice presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONEDE) e funcionária pública de carreira. Ela não se conforma com o fato do governo LHS escrever no Plano 15 (agora com a capinha colorida) que o Social terá prioridade e largar de mão uma secretaria importante como a de Desenvolvimento Social, Trabalho e Renda.
Numa longa e detalhada carta ela alerta para um fato que tem passado despercebido: a atual secretária Dalva Dias foi diretora geral durante a ruinosa gestão do ex-deputado Cezar Cim. A secretaria é uma espécie de capitania hereditária do PDT. E a secretária, que é esposa do presidente do partido, tem dito que os desastres cometidos pelo seu partido na secretaria são “página virada”. Claro, quer se livrar da péssima imagem. Embora tenha participado ativamente das tais gestões que agora quer que a gente esqueça.
Como diz a Fafá “A página pode ter sido virada – parece que o foi, mas é o mesmo livro que continua aberto”.
DISCURSOS VAZIOS
Pena que não consegui boas fotos da estranha e excludente festa de arromba com que a secretária Dalva Dias inaugurou sua gestão: um festim nababesco, em tendas brancas, para o qual os servidores da secretaria não foram convidados, embora as tendas tivessem sido montadas no pátio da secretaria e o “coquetel” tivesse ocorrido praticamente em horário de expediente.
Só uns 150 convidados especiais puderam participar do rega-bofe. Os servidores ficaram olhando de longe. Um início elitista e discriminatório que não prenunciava nada de bom para uma secretaria que, já disse aqui uma dezena de vezes, deveria ser uma das mais importantes de qualquer governo que levasse a sério seu compromisso com os mais necessitados.
A Fafá, profunda conhecedora das idas e vindas das políticas da área social no estado (e tantos outros servidores que se horrorizam com os discursos vazios), percebe, como um dos pontos-chave do estilo PDT de conduzir a secretaria, a imobilidade. Nada anda. “Relatórios, reuniões, promessas, discursos, tudo vazio de efetividade”, lamenta ela.
E, para desespero da secretária Dalva e seus amigos, as gestões provisórias, interinas, do Içuriti e da professora Zuleika, mostraram um contraste gritante e encheram de esperança os técnicos e aqueles que se preocupam com a área social. Uma pena que, no enorme loteamento que as conveniências políticas fazem do governo, a secretaria do desenvolvimento social continue sem ter à frente uma pessoa ou um grupo que rompa de vez e de fato com a pouca vergonha da condução político-eleitoral de uma pasta que exige conhecimento, razão e sensibilidade.
MORADORES DE RUA
Contei aqui, ontem, que o prefeito da capital, no site de notícias da prefeitura, tinha jogado a culpa no governo do estado por não aceitar nos hospitais estaduais os moradores de rua que a Dona Rose encaminhava.
Pois a secretaria de Saúde do estado informou, ontem, que foi acertado, entre os dois bicudos (afinal, o Dado e o Dário são tucanos) um padrão de procedimento para encaminhar o pessoal que a prefeitura for recolhendo das ruas e que estiver precisando de atendimento médico ou psiquiátrico.
É o tipo da coisa que pega mal. O prefeito em vez de ligar para o secretário da saúde e resolver o caso, ficou fazendo fofoquinha em nota para a imprensa: todo mundo sacou que, acima e por trás da bronca do Dário estava e está a mudança de domicílio partidário dos irmãos Berger.
Que, por falar nisso, parece que vão mesmo tomar de assalto o PSB, à revelia do Sontag, que além de concorrente comercial, é também uma das pedras no caminho político dos Berger.
4 comentários:
Cesar,
Vao tomar de assalto? Claro que sim! Assaltos sao as suas especializadades.
Abs.
Pedro de Souza
Pedro,
Agora é que nós vamos ver se a EBV faz, de fato, um bom trabalho de segurança e impede a realização deste assalto ;-)
abraço!
Cesar,
Eu estive naquele rega-bofe de posse da Dona Dalva. Quando era estudante da UFSC integrava o grupo CCC (Comando de Caça Coquetéis) e conheço muito bem a arte de se participar de um. Conheço também o quanto pode cu$tar cada um. E esse na Secretaria de Desenvolvimento $ocial tenho certeza que não foi muito barato. Nesses 28 anos de vida nunca vi um coquetal com sushi e sashimi liberados. Uma grande mesa apenas com essas iguarias caras - feitas por um importante restaurante japonês, que agora eu não lembro o nome. Qualquer um sabe que um restaurante japonês cobra, na Capital, pelo menos R$ 40 por sushi e sashimi liberados. Agora multiplica isso por 150 pessoas, mais champanhe, refrigente e salgadinhos... Minto, não tinha salgadinhos (coxinha, quibe, essas coisinhas de pobres). Tinha salgadinho de rico que eu nem sei o nome, umas coisas montadinhas, bonitinhas.
Uma sugestão: visite o site da Secretaria que lá tem muitas fotos da festa, quem sabe o senhor não encontra alguma interessante para seu blog.
abs,
um leitor.
Para te ajudar, procurei um pouco e achei duas fotos:
http://sst.sc.gov.br/modules/xcgal/albums/userpics/possedalva/Posse.secretariaL%E9o%20126.jpg
http://sst.sc.gov.br/modules/xcgal/albums/userpics/possedalva/Posse.secretariaL%E9o%20125.jpg
Também lembrei o nome da comidinha bonitinha: canapés.
fui...
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