sábado, 28 de abril de 2007

Sábado, domingo e segunda

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TÁ TUDO DOMINADO!
O Josias de Souza, da Folha, chamou a atenção no blog dele, ontem, para uma nota publicada na coluna da Mônica Bergamo:
Dia do Trabalho – Um grupo de cerca de 400 pessoas, formado por ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho), juízes trabalhistas e executivos de grandes bancos, vai passar junto o feriadão de 1º de maio, a convite da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Eles estão desembarcando hoje em Natal (RN), para o 14º Ciclo de Estudos de Direito do Trabalho. A maior parte dos magistrados deve levar a mulher a tiracolo: de acordo com a Febraban, que, segundo sua assessoria de imprensa, banca passagens e hospedagem no Serhs Natal Grand Hotel, as famílias são convidadas “para não ter nenhuma ilação de outro tipo”, comum em eventos que reúnem apenas homens.”
E a conclusão do Josias, sobre este festerê promíscuo onde juízes se refestelam com suas famílias nas mordomias oferecidas pelos bancos, é perfeita:
“Em matéria de sutileza, a banca do bicho carioca tem muito a aprender com a banca financeira”.
O TERRENO À VENDA
O deputado Marcos Vieira (PSDB) distribuiu nota ontem respondendo às acusações do deputado Cesar Souza Jr. (DEM), mas, como sujeito esperto que é, sem citar o adversário/aliado.

Ele explica detalhadamente a emenda que permite vender uma parte do terreno da Epagri. E diz que também é a favor do Jardim Botânico. A área que sobraria depois da venda seria ainda suficiente para um grande jardim botânico.

Como eu disse ontem, essas coisas a gente tem que acompanhar com os quatro pés bem plantados no chão, para que não nos façam passar por burros (ou ingênuos, o que, em política, é a mesma coisa).

Por que diabos, de repente, tanto deputado virou amante da flora? Por que tantos querem transformar aquela área em Jardim Botânico?

A única coisa que parece razoavelmente clara é o motivo pelo qual se quer vender uma parte do terreno: captar recursos, “exclusivamente, para investimentos em obras de infra-estrutura no Município de Florianópolis”.

Aliado dos irmãos Berger, com quem fez dobradinha nas eleições do ano passado, Marcos Vieira, com a emenda, dá uma mãozinha para oxigenar o caixa municipal.

PAULO AFONSO E A 470
O ex-governador Paulo Afonso Vieira foi condenado, no último dia 18, na ação que o Ministério Público move contra ele, Jair D’Agostin e Oscar Gayer (oops, este é melhor chamar de Oscar da Silva Gayer, pra evitar o cacófato). É aquele caso da concorrência de 1998, para cobrar pedágio na SC-470, antes que fosse feita qualquer obra na rodovia.

A decisão, em primeira instância, é do juiz Domingos Paludo, da Vara da Fazenda da capital e naturalmente cabem (inúmeros) recursos. Mas não deixa de ser interessante ler a sentença, porque o Paludo, como o próprio nome diz, desce o cacete:
“Administradores assim envergonham os que lhes pagam os vencimentos e se constituem de lamentável motivo de escândalos que pregam o descrédito na classe política, além de um mal estar generalizado e persistente nos cidadãos em geral.

As instituições todas padecem, no momento, desta grave falha, decorrente do mau desempenho de funções e cargos, com o que já não se pode conviver.

Além disto, quem age assim severamente contra os dinheiros públicos, não pode exercer direitos políticos, pois na verdade faz mau exercício do direito que se lhe defere e melhor seria não os pudesse exercer.”
O juiz aplicou-lhes as penas de perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por 3 anos, multa civil de 10 vezes o valor da remuneração percebida e proibição de contratar com o Poder Público na forma da lei por 3 anos.

PAU NO PROMOTOR
Os políticos botam a bunda na janela, deixam a bola quicando, carregam rabos enormes, que se arrastam à vista de todos e aí, quando o promotor de Justiça cumpre seu dever e aponta as barbaridades, acaba sendo acusado de “inimigo da cidade”.

É o que parece que está acontecendo em Rio Negrinho, conforme relatam a associação Catarinense do Ministério Público e a associação nacional, em nota de apoio ao promotor Max Zuffo.

O Max tem sido atacado porque está pedindo a cassação do prefeito eleito Alcides Grosskopf, cujos cabos eleitorais foram pegos trocando cestas básicas por votos. A impugnação da candidatura do ex-vice-prefeito Abel Schroeder também ajudou a irritar a turma. E o jogo é pesado, incluindo ofensas pessoais e outros tipos de baixarias, típicos de gentinha.

MISTÉRIO ESQUECIDO
Continuam a chegar colaborações para ajudar a esclarecer o mistério do esquema de venda de carros a funcionários da Assembléia Legislativa.

Por enquanto, ainda não falei com ninguém diretamente envolvido. Mas depois do feriado, se der tempo, vou experimentar alguns telefones que me passaram. Só pra não deixar o caso ficar esquecido muito tempo.

DIGA LÁ, IÇURITI!
Sou um cara otimista. Ainda acho que, qualquer dia, vou atender a uma ligação do Içuriti me convidando para tomar uma cerveja no Mercado. E ali, entre um camarão recheado e um pastel de camarão, ele vai me explicar por que o governo de Santa Catarina fez e faz tanta força para legalizar o jogo no estado. E por que não deixa, como nos demais países e estados, a tarefa de fazer lobby a favor dos cassinos para a iniciativa privada.

E O COMPEX?
O filho do Max saiu do PMDB. A desfiliação do Rodrigo Bornholdt teve um efeito colateral: lembrou-nos do caso Compex. Este é outro dos mistérios que caem no esquecimento sem que as dúvidas tenham sido esclarecidas.

Max e LHS eram amigos de décadas. Dividiam um escritório de advocacia, se não me engano. As famílias eram amigas. Daí, de repente, por causa da prisão de um malandro que operava dentro da Secretaria da Fazenda, o relacionamento esfriou.

Se, como disse e a gente acreditou, o Max não sabia que o Aldinho era pilantra, por que estremeceram-se as relações do Max e do Rodrigo com LHS?

Mas este pequeno drama pessoal e familiar não é nada, perto do grande mistério que ainda envolve o fato gerador disso tudo. Por que, até hoje, ninguém viu ou leu o relatório final da comissão nomeada para produzir um relatório final sobre a atuação do Aldinho na Fazenda?

Eu, pelo menos só fiquei sabendo de um resumo, coisa de poucos parágrafos, com informações genéricas e superficiais. E o programa de incentivos à importação continua, só mudou de nome. Só deve ter, na porta da sala, uma placa informando: “agora sob nova direção”.

E A BANDEIRA?
A iniciativa privada vai administrar o “largo das bandeiras”, aquele espaço, que tem um laguinho, na entrada da cidade, onde ficam as bandeiras do estado, do município e do Brasil.

Envolveram-se a FloripAmanhã, a Associação Comercial e Industrial e algumas empresas. Todos muito preocupados que o visitante e os moradores tenham uma visão agradável ao chegar na ilha. Coisa justíssima.

Só queria deixar aqui um lembrete a todos esses empreendedores bem intencionados: olhem para as bandeiras que lá estão. Aquilo ali é um deboche. De nada adiantará o núcleo de paisagismo da Acif plantar árvores e encher aquele espaço de vida, se forem omissos diante da demonstração de ignorância e desrespeito que a prefeitura dá todos os dias.

Não tem cabimento deixar a bandeira do estado errada, a do Brasil esfarrapada e a do município, vez por outra, também errada.

2 comentários:

Profgefferson disse...

Tenho vergonha de ser catarinense. O nosso governador despachar de Joinvile? Agora não falta mais nada! Tá tudo dominado mesmo. Esse é o perigo da democracia, a maioria absoluta, "pinta e borda" por toda Santa Catarina com o aval do povo, afinal foi com o voto do povo que eles estão nessa posição.

Anônimo disse...

Cesar,

O setor bancario e o da magistratura envergonham o pais. Tempos atras os magistrados acompanhados das esposas andaram pelo Canada por conta das empresas de telecomunicaoes. Andaram tb pela copa do mundo por conta domRicardo Teixeira.

Sobre o Compex, Max Bornholdt e Luiz Henrique, algo de bem podre aconteceu no reino da dinamarca para ter acabado com a amizade e sociedade entre eles. Incrivel eh que nada se apura. O Aldo anda louco para contar toda a estoria e ninguem vai la escutar.

Pedro de Souza