terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Terça

OS FIOS E AS ÁRVORES
A av. Rio Branco, em Florianópolis (fotos acima), é uma das poucas que ainda mantém suas árvores. O pessoal da Celesc tem uma certa raiva das árvores, porque atrapalham seus postes e fios. Mesmo que, em alguns casos, as árvores tivessem chegado primeiro. Na Rio Branco, eles fazem uma poda maluca, que vai abrindo uma espécie de túnel do meio das árvores para os fios. Como não sou otimista, já sei quem perderá essa batalha. Daqui a pouco, ou as árvores morrem por causa das podas mal feitas, ou eles encontram uma forma de derrubá-las. E postes e fios, vocês sabem, não fazem sombra nem refrescam o ar. Mas tem gente que acha o máximo uma cidade toda espetada e com aquela fiarada horrorosa tapando a paisagem.

MALANDRÔ FRANÇAIS
Às vezes a gente imagina que só no Brasil tem malandro e só aqui os turistas passam maus bocados na mão de gente sem escrúpulos.

Casal amigo esteve há poucos dias em Paris e foi comprar uns perfuminhos numa das lojas da afamada rede Sephora (lê-se Ceforrá). São lojas grandes, muito bem conceituadas, tipo assim “último lugar do mundo” onde se imagina que a história a seguir poderia acontecer.

Feitas as compras e o pagamento no caixa, meu amigo pegou os pacotes (nem era tanta coisa assim) e a poucos passos do caixa deu pela falta da carteira. Voltaram imediatamente ao caixa, perguntando pela carteira, que poderia ter ficado sobre o balcão, ou caído por ali.

Até este momento, conseguiam se entender perfeitamente com a moça do caixa e demais funcionários em inglês. A partir da menção do desaparecimento da carteira, ninguém mais falava inglês e não entendiam o que meus amigos estavam perguntando.

Com a confusão, veio o segurança e nada de ninguém saber de nada. Até que minha amiga, brasileira, esperta, começou a espiar por dentro do balcão da caixa e viu a carteira, assim meio escondidinha atrás do teclado do computador. Fez um escarcéu, o segurança pegou a carteira, abriu e tinha uma foto dos dois, impossível duvidar de quem era a carteira.

A partir daí, o segurança começou um rosário de pedidos de desculpas e todos meio sem jeito, mas ninguém muito surpreso. Não era, certamente, a primeira vez que isso acontecia. E sabe-se lá quantas carteiras “esquecidas” de turistas apressados não ficaram por lá, caídas descuidadamente em algum vão?

Meus amigos pensaram em chamar a polícia, mas estavam sendo esperados em Frankurt e tudo o que eles não gostariam era de arrumar para a cabeça (polícia é sempre polícia, em qualquer lugar do mundo, tanto podem estar de bom humor quanto de mau humor e a burocracia às vezes abunda) e ainda acabar perdendo o vôo.

Fica a advertência para meus leitores e leitoras, que eu sei que vivem indo pra lá e pra cá, para mais esse golpe, o da carteira que caiu pra trás do teclado na loja chique, acima de qualquer suspeita.

GENTE BOA
Mas nem todo mundo é ladrão e nem todo lugar se aproveita das distrações. Há alguns anos fui comprar um paletó numa loja, em Washington DC e, naturalmente, tirei o casaco que estava usando para poder experimentar os novos. Num momento de bobeira, acabei deixando o meu paletó “antigo”, com passaporte, cartões e dinheiro, na loja.

Só me dei conta algum tempo depois, já na rua. Voltei correndo, já contando com o prejuízo e com a chateação que é perder o passaporte.

Mas o vendedor tinha, naturalmente, guardado o paletó. E telefonou para o hotel, cujo cartão estava em um dos bolsos, deixando recado. É claro que estava tudo intacto. Ao contrário dos filmes e das lendas sobre o espirito argentário dos norte-americanos, ele não aceitou a gorjeta que eu quis lhe dar. Disse que não fizera mais que a obrigação.

Já que falamos em fios na paisagem, lá em cima, na av. Rio Branco, deixa mostrar esta igrejinha, uma das mais antigas do País, na localidade de Santo Antônio de Lisboa, na Ilha de Santa Catarina. Mais acima, uma foto de 2003, com os fios de todo tipo atrapalhando a foto. E aqui, uma foto de 2007: a prefeitura e a Celesc enterraram a fiação e liberaram a fachada da igreja. Não ficou legal?

2 comentários:

Carlos Damião disse...

Você e a Lúcia, quando passam por ali, certamente sentem aquela "ponta de saudade", né mesmo? Lembro-me do casório de vocês como se fosse hoje. Tenho o convite guardado em algum lugar aqui em casa.
Abraços. O blog está cada vez melhor.

Anônimo disse...

Tomara que o maneca não seja ministro para acabar com a prosa daquela mulher dele que se acha demais e vive pedindo para falarem dela bem ou mal, mas que falem pra chamar atenção do governador que na verdade não está nem ai para ela. Ela persegue os funcionários daquela secretaria e botou um monte de amigo lá dentro mandando e que nem está contratado. Gastam telefone, papel, água, equipamentos... Economia de um lado desperdício e abuso de outro.