quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Quinta

VELHAS CARAS NOVAS
Dá até uma tristeza ao constatar que tudo continua igual. Uma das primeiras reuniões a portas fechadas do novo presidente da Câmara dos Deputados foi com o célebre Severino Cavalcanti, que certamente veio cobrar alguma conta. O paupérrimo povo das Alagoas mandou de novo pra Brasília o nababo Collor. Os paulistas, mandaram um novo e um velho: Clodovil e Maluf, uma dupla explosiva. Os brasilienses das cidades satélites, beneficiados com as práticas nada ortodoxas do ex-governador Roriz, premiaram-no com uma cadeira no Senado. E assim vai.

Resta, como alento de juventude e renovação, a bela Manuela. Que terá, contudo, que remar muito para sobrepujar as práticas seculares dos parlamentos e manter seu pescocinho para fora do mar de lama que envolve a todos os que hesitam ao ouvir o canto da sereia da corrupção.

A NEGOCIAÇÃO
Você, caro leitor, cara leitora, decerto imagina que um deputado, ao ser indicado para ser secretário de estado, sairia calmamente da Assembléia e trataria de se concentrar na nova função, tentando fazer o melhor trabalho possível.

Não é bem assim que acontece. O que sai, quer continuar usando o gabinete parlamentar e suas regalias. E o que entra às vezes fica até sem espaço físico para trabalhar.

Para fazermos justiça é importante deixar claro que as histórias relatadas a seguir acontecem há bastante tempo, sempre que um deputado é chamado para integrar o governo. Ninguém tenta mudar, mas em todo caso não é coisa nova. Nem exclusiva deste ou daquele governo ou de algum partido.

Nesta legislatura os casos mais comentados dentro da Assembléia envolvem os deputados Ronaldo Benedet (PMDB, que saiu para assumir a Secretaria da Segurança) e Jean Kuhlmann (PFL, que sai para assumir a Secretaria do Desenvolvimento Econômico).

Seus suplentes, Edson Periquito (PMDB) e Eliseu Mattos (PMDB), tiveram que rebolar para conseguir uma estrutura mínima de trabalho. Benedet chegou a falar até em ficar com o carro!

E esta história do carro exemplifica bem o que está em jogo: não é o carro em si. Um secretário de estado também tem carro oficial. Mas é que, tendo carro da Assembléia, os assessores, auxiliares, aspones e cabos eleitorais não têm tanto rigor com a comprovação de diária. Tudo fica mais “fácil”.

Ontem o Periquito me disse que não houve disputa, que o Benedet foi um cavalheiro e que até fará um discurso elogiando o secretário. Sinal que houve acordo. Claro, a Assembléia conseguiu um cantinho, no 3º andar, para alojar a equipe do Benedet, que aí desocupou o poleiro do Periquito. E deve ter ocorrido acerto também para que o suplente, que ficará com o carro, possa contratar algum assessor.

O Kuhlmann (PFL), no começo, queria ficar com 80% das verbas de nomeação, como se o Eliseu (PMDB) fosse se contentar com 20%. Não sei como resolveram a pendência, afinal.

Os deputados que assumem secretarias ficam morrendo de medo de perder votos na eleição seguinte, se tiverem que fechar sua assessoria política e ficar sem todos os benefícios (diárias, correio, telefone, etc). Por isso ficam tão nervosos e vão com tanta sede ao pote.

O presidente da Associação Catarinense de Imprensa, Moacir Pereira (e) abriu ontem em Blumenau, com um bate-papo com jornalistas locais, a exposição Memória da Imprensa, no Shopping Neumarkt. E autorizou o DIARINHO a começar a preparar a vinda da exposição para Itajaí.

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