sábado, 17 de fevereiro de 2007

Sábado, domingo e segunda (de Carnaval)

Não sei por que, mas pareceu-me que estes três desenhos do Rodrigo de Haro davam um ar carnavalesco a esta coluna de final de semana. A propósito, estes e outros tantos desenhos estarão na mostra “Ruas da Cidade”, de 22 de fevereiro a 3 de abril, na Galeria de Arte Municipal Pedro Paulo Vecchietti, em Florianópolis (Praça 15, esquina com Tiradentes).
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CESINHA EXPLICA

A propósito da brincadeira que fiz aqui (ver posts anteriores) com os jovens deputados Cesar Souza Júnior e Jean Kuhlmann (foto acima), meu xará mandou a seguinte cartinha:
“Gostaria de esclarecer um mal entendido que posivelmente originou a nota. O tal “videogame” a que meu veterano colega se referiu é um palm, que, como você bem sabe, funciona como um PC portátil. Eu e o Deputado Jean estávamos discutindo termos da reforma que está arquivada no palm. É normal que deputados mais veteranos não tenham tanta intimidade com este tipo de ferramenta. Não havia um único deputado com menos de 35 anos na legislatura anterior, agora somos dois, acredito que isso é positivo, embora reações sejam normais. (...) espero ser julgado por minha conduta parlamentar, embora tenhamos de conviver com pré-julgamentos em função de idade ou filiação.

Forte abraço,
Cesar Souza Júnior

PS – Fique tranqüilo, o palm não carrega joguinhos, apenas agenda e anotações relevantes.”
Legal, gostei de ver que o deputado tirou dos seus cuidados para esclarecer logo a situação. Prestar contas a seus eleitores, por intermédio dos jornalistas, é sinal de bom senso e maturidade. E maturidade, todos sabem, não depende da idade.

PALMS PARA TODOS
O mais engraçado dessa história é que eu nem sabia que o xará tinha levado um palm pra aula, digo, sessão, e que ficou mostrando pro coleguinha de classe. Achei que era só uma brincadeira com a idade deles. Mas a resposta do deputado mostra que atirei no pardal e acertei na rolinha.

Até pode ser que o deputado não tenha joguinhos no seu palm, mas existem joguinhos ótimos para essas maquininhas, que são fantásticos pra gente passar o tempo.

Por falar nisso, tem crescido muito o número de empresas, em Florianópolis, especializadas em produzir e exportar jogos e outros conteúdos para celular (os jogos do palm são meio parecidos com os dos celulares, apenas um pouco mais sofisticados) e os jogos em java que os palms e seus primos rodam. É uma atividade econômica importante, na qual a capital tem se destacado. Portanto, não vejo problema algum em ter, no laptop, no palm ou no celular, joguinhos.

PERIGO À VISTA
O presidente perpétuo da Venezuela disse em 2005 que pensava em mudar o brasão do país, por sugesão de sua filha mais moça. Aí, o Laureano Márques, um humorista famoso por lá, aproveitou a bola quicando e escreveu, num jornal, um artigo de humor, pedindo que a menina sugerisse ao pai umas tantas outras mudanças. Por causa disso, ele foi condenado a pagar uma multa de R$ 38 mil, entre outras punições.

Yeda Crusius, a governadora dos gaúchos, que assumiu a presidência do Codesul ontem, sendo alegremente cumprimentada pelos seus colegas LHS e Requião.

PORTUGES É DIFICEO
Cometo erros todos os dias. Erros de distração, de dislexia, de bobeira e de ignorância momentânea (ou permanente). Nem por isso deixo de me sentir à vontade para criticar os erros cometidos pelos outros.

Um dos mais comuns, uma verdadeira armadilha onde muita gente boa cai e fica esmigalhada, é o verbo adequar. Este verbo estranho não tem todas as conjugações. Os gramáticos o classificam como “um daqueles verbos defectivos que só pode ser conjugado nas formas arrizotônicas.

Não tenho a menor idéia do que seja isso, mas sei que soa feio e mal ajambrado falar qualquer coisa, no presente do indicativo, além de nós adequamos, e vós adequais.

Mas as pessoas parecem achá-lo bonito e insistem no seu uso criando as formas inexistentes. O grande problema, no entanto, é que tem gramáticos que já se adaptaram adequadamente ao vai-da-valsa da preguiça e acham que de tanto serem inadequadamente usados, os vocábulos adequo, adequas e adequam acabarão sendo aceitos e incorporados à gramática. Sei não, mas pra mim isso é o fim do mundo.


BONS TEMPOS
Os jornalistas de Brasília mantém, há 30 anos, um bloco carnavalesco chamado Pacotão. E o bloco, sempre satírico, tem a cada ano uma música que toca no calo mais recente da política nacional. Este ano a velha guarda do bloco vai levar uma faixa com “Esse Arlindo é um Chinaglia” e outra “Lula volta pro ABC”.

O Ricardo Noblat vai publicar, durante o carnaval, em seu site (www.noblat.com.br), algumas das letras. Ontem ele publicou a música de 1980 cujo título é, justamente, “Santa Catarina”. Composta por Carlão, Cristiano Menezes e Rubens Artigas, tinha tudo a ver com o momento, como explica Noblat:
“O governo Figueiredo seguia os rumos previstos pelo Pacotão. Estava atolando todo mundo. Inflação disparando, o PDS botando pra quebrar. Ficou famosa sua passagem por Santa Catarina, quando, revelando seu temperamento explosivo, reagiu às vaias que o povo lhe proporcionava e quis sair no tapa com os manifestantes. O Pacotão não deixou por menos”.
Taí a letra:

Subiu carne,
subiu a gasolina,
subiu feijão
e também a margarina
ai, ai, João
eu vou pagar
a inflação com serpentina
Enquanto isso, o PDS
coloca no programa o toplesse
ai, ai, João
Vou te mandar lá pra Santa Catarina.

3 comentários:

Joel disse...

César, fico pensando. O que o nobre deputado quis dizer com "espero ser julgado por minha conduta parlamentar, embora tenhamos de conviver com pré-julgamentos em função de idade ou filiação." Seria alguma indireta ao partido do qual é filiado?

Cesar Valente disse...

Joel, tenho a impressão que ele quis fazer referência ao fato de ser filho do Cesar Souza (filiação no sentido filial, não associativo). Mas não o conheço o suficiente para saber com certeza.

Anônimo disse...

A maioria dos meus erros de Português é fruto das inúmeras correções que faço no texto. Escrevi sobre isto, esses dias. Um abraço