terça-feira, 30 de maio de 2006

TERÇA

CESAR SEM ACENTO
Agora eu sei que estou em boa companhia. Não sei por que cargas dágua, prefiro que meu nome não seja acentuado (contrariando a norma gramatical do bom português, que diz que César é César e não Cesar). A assessora do deputado-apresentador-papai-noel Cesar Souza enviou ontem e-mail gritante (sempre que escrevem tudo em letras maiúsculas, a gente tem a impressão que estão gritando), reclamando de alguém que cometeu a suprema heresia de grafar o nome do chefinho com acento.

Dá uma olhada no e-mail da moça, transcrito ipsis litteris, sem tirar nem por:
gente!!!!!!!!
ATENÇÃO
NÃO ACENTUEM O NOME DO CESAR PORQUE NÃO TEM ACENTO... SEMANA PASSADA COLOCARAM ACENTO NO NOME DELE NO TITULO DA MATÉRIA!!!!!
BJOS
CARMEN
Como vêem, a moça está tão preocupada com o acento do Cesar, que resolveu encher-nos a todos de pontos de exclamação.

GREVE SEM EDUCAÇÃO
Os sindicalistas que levam a sério seu papel devem acompanhar com cuidado o que alguns dirigentes do Sinte (sindicato dos trabalhadores na educação) têm feito e proposto.

A falta de noção da realidade, de tato político e de educação básica demonstrada a cada nova “manifestação” pode causar mais mal às lutas dos trabalhadores da educação em particular e das demais categorias em geral, do que todo o descaso governamental.

Se o sindicato de trabalhadores avalia que as negociações não foram boas, que o governo não está agindo corretamente, deve agir de forma a trazer, para seu lado, a comunidade, os pais, os alunos e as demais categorias. Não fazer com que, a cada dia, mais e mais, dos possíveis aliados, sintam-se constrangidos e assustados com a violência e a desinteligência de algumas manifestações.

Aliás, até parece que o governo tem gente infiltrada no sindicato, porque tamanha falta de compreensão dos danos que essas ações desastradas causam à imagem do sindicato não pode partir de sindicalistas realmente comprometidos com as lutas trabalhistas e sindicais.

QUE LUTA É ESSA?
Aqui de fora, de onde observo essas coisas, tenho a impressão que a luta dos professores em greve (ou pelo menos de suas lideranças) não é por uma educação de qualidade nem pela correção dos problemas salariais históricos. Tanta violência tá mais com jeito de movimento para criar um fato político-eleitoral.

Naturalmente, embalados pelas dificuldades e pelos problemas, muitos professores e professoras devem participar da greve achando que estão lutando pelas suas reivindicações legítimas. Não sabem o que na verdade suas lideranças estão pretendendo ou o que buscam. Nem nós. E o governo, completamente concentrado na disputa eleitoral, com o caixa zerado, fazendo malabarismos para cobrir a folha, não parece ser um interlocutor sensível.

FIADO SÓ AMANHÃ
Fornecedores do governo que ainda não arrancaram todos os cabelos, estão com o que restou em pé. Receber o que é devido passou a ser um privilégio de poucos e cada vez de menas* gente.

Como resultado, as coisas podem começar a parar, como já estão parando veículos e algumas atividades. Como as chances do LHS se reeleger parecem grandes (do Amin também eram, lembram?) os fornecedores não estão pressionando, porque esperam ser recompensados mais tarde. Mas o sufoco está bem grande.

*sim, eu sei que menas é errado. Escrevi-lo porque qui-lo. Sacaste-lhe?

POLÍCIA? ONDE?
O novo Comandante Geral da Polícia Militar, Cel. Edson, assumiu dizendo que é preciso colocar a polícia na rua, especialmente na Grande Florianópolis, para reduzir a sensação de insegurança da gente. Mas acho que as boas intenções do Comandante ainda vão levar algum tempo até serem transformadas em ações concretas.

Anteontem, na SC-401, a poucos quilômetros do Centro Administrativo, às cinco em ponto da tarde, bandidos armados desceram de um Marea e assaltaram uma montoeira de gente que jogava futebol suíço num campinho de aluguel. Ainda era dia claro.

A polícia foi chamada, mas até às 22h ninguém tinha aparecido por lá. Parece que um dos freqüentadores, que era policial rodoviário, conseguiu acionar seus colegas, para tentar localizar o carro dos assaltantes, mas isso também pode ser apenas boato.

Não tive mais nenhuma informação porque eu, tal e qual a polícia, estou sem dinheiro pra colocar gasolina e ir até às proximidades do Centro Administrativo para investigar direito o que aconteceu. Melhor deixar quieto. Pode ser que numa curva da estrada os bandidos derrapem, batam com o carro e o assunto se resolva por si só.

A TURMA DE 2006
O troféu Manezinho da Ilha, criado por alguns florianopolitanos meio de brincadeira, acabou ganhando força e fama e pelas mãos do Aldírio Simões e transformou-se numa instituição.

Mais de 300 pessoas já receberam o troféu, nos últimos 16 anos. Mesmo depois da morte do Aldírio, o troféu continua a ser atribuído a personalidades que de alguma forma tenham a ver com o nosso jeito manezinho de ser. Este ano serão estes os agraciados:
Annita Hoepcke da Silva;
Antônio Diomário de Queiroz;
Aurino Manoel dos Santos;
Claudio Agenor Andrade;
Hélio Costa;
Heraldo Russi Wagner;
Maria de Lourdes da Costa Gonzaga (Dona Uda Gonzaga); e
Zenaide Maria de Souza.

MANEZINHO INSTITUIÇÃO
Sociedade Recreativa e Musical Lapa (Banda Nossa Senhora da Lapa).

MANEZINHO HONORÁRIO
Joaquim José Pereira da Mota Veiga (Lisboa, Portugal).

VEM MAIS ROLO AÍ
Os trabalhadores do transporte coletivo de Florianópolis estão ameaçando com nova paralisação amanhã. As conversas de ontem com o sindicato dos patrões parece que não foram muito produtivas: só conseguiram aumento de 3,34%. Eu devo andar muito mal de sindicato, porque há alguns anos que não consigo reajustar meu salário.

Bom, acho que se eu pudesse parar de trabalhar, atravancar o trânsito com meu ônibus e deixar a cidade sem transporte, provavelmente conseguiria também aumentos como esse.

Quem pode, pode. E o contribuinte, que paga os impostos e as passagens cada vez mais caras, tem mais é que chorar pelos cantos.

A COISA É ESTRANHA
Tomara que seja apenas mau-humor de segunda-feira. Mas não consigo entender direito o tal “Fórum da tarifa única” que o irmão-deputado Berger criou na Assembléia Legislativa e que teve uma audiência pública ontem, dirigida pelo presidente da Comissão de Transportes, deputado Reno Caramori, cuja família é dona da Reunidas.

Os participantes chegaram a pelo menos três estranhíssimas conclusões.

Conclusão um: cada município trata do transporte coletivo isoladamente, o que dificulta ou impede a criação de um sistema metropolitano de transportes. “As prefeituras são diferentes, os interesses são diferentes”, lamentou o diretor do Deter, Roberto Sacalabrin. Se as coisas são assim tão imutáveis, não se sabe o que, afinal, faziam todos lá.

Conclusão dois: o que inviabilizou a criação do sistema integrado metropolitano (aquele que a Dona Ângela quis criar e que ficou pela metade), foi um pedido de sustação encaminhado pela prefeitura de São José. Que, na época, era dirigida pelos irmãos Berger. Bom, mas agora Djalma Berger quer ressuscitar a discussão. Ou não?

Conclusão três: para o representante do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte de Passageiros, Ricardo Freitas, a tarifa única é responsável pelo “inchaço das periferias”. Segundo ele, com a tarifa única poderá haver uma “ocupação desordenada do norte e do sul da Ilha”. Imagino que o ilustre líder sindical dos trabalhadores (!) esteja defendendo tarifas mais caras para desestimular o povo de morar longe. Quem sabe então se tarifas caríssimas, impedindo os pobres de ir e vir, não resolveria o problema da favelização?

JORNALISTAS SE REÚNEM
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina abriu inscrições para o 4º Congresso Estadual, que será realizado em Itajaí, cidade-sede do melhor e mais vendido jornal do mundo, o DIARINHO. O evento será de 14 a 16 de junho e como só relógio trabalha de graça, pra entrar tem que pagar uma inscrição. O procedimento, pra variar, é bem complicadinho: o sujeito, além de morrer com uma graninha, tem que enfrentar uma filinha básica no BESC, fazer o depósito na conta do sindicato e depois mandar o comprovante para o sindicato. E ainda tem, de alguma maneira, que comprovar o Registro Profissional. Ufa!

Ainda bem que não sou sindicalizado e não tenho grana pra pagar a inscrição. Senão teria que ir e acabaria discutindo com metade dos presentes.

3 comentários:

Anônimo disse...

Esses dias eu grafei o seu nome como Cézar, quer dizer, uma dupla ofensa. Mas corrigi a tempo ou seja, logo após você ter deixado um comentário lá. Um abraço.

Anônimo disse...

Complementado: até por isto é bom que vc me visite mais e deixe mais comentários. Às vezes seus comentários seu melhores que os meus textos.

Anônimo disse...

Putz! Onde está escrito "seu" leia-se "são".