sexta-feira, 5 de maio de 2006

SEXTA

AS OSTRAS DA PALHOÇA
Coloquei a foto acima só pra mostrar melhor o que eu quis dizer quando critiquei o anúncio que a prefeitura publicou na revista IstoÉ. Essa foto aí mosta a Ilha do Papagaio e, se a impressão em preto e branco não atrapalhar, dá pra ver, no mar, as bombonas que sustentam as lanternas onde as ostras se criam. É bonito do mesmo jeito. Não precisava ter escondido esses sinais de uma atividade econômica que tem ajudado tanta gente a melhorar de vida. Só isso.

GAROTINHO ENCOLHE
O mais estranho, nessa greve de fome do Garotinho, é que as investigações sobre as maracutaias dele envolvendo grana e ONGs mostram que a moral do Garotinho está emagrecendo muito mais rápido que o corpo dele.

E as manifestações que têm sido feitas são mais contra a tal “dieta com TV” do que em solidariedade às exigências dele. É nisso que dá usar um recurso extremo sem pensar direito nas conseqüências.

O PROBLEMA É A SAÍDA
Quando as greves começaram a ser utilizadas a todo momento e a qualquer pretexto, um sábio líder trabalhista (sim, eles existiam, mas depois foram substituídos pelos sindicalistas fisiológicos de resultados) advertia, em uma assembléia de trabalhadores: “o grande problema da greve não é começar, que é relativamente fácil. É como e quando sair da greve”. Claro, porque chega um momento em que é preciso encerrar o movimento, de preferência com a vitória, mas e se não for vitorioso? Como será a saída?

Se essa questão já é séria numa coisa que normalmente não leva à morte, como uma greve, fica muito mais grave no caso do Garotinho.

A greve de fome, já disse ontem o Chico Veríssimo, aqui, ou é vitoriosa ou tem que ir até o fim. Não tem meio termo. Por isso não é qualquer reivindicação que pode levar a esse tipo de manifestação séria e extrema (embora pacífica).

PRAZO CURTO
A prescrição dos crimes (término do prazo em que alguém pode ser processado pelo crime) às vezes é encarada, pelos acusados, como uma espécie de absolvição. Chegam a comemorar como se tivesse ficado provado que não tinham culpa de nada.

Lembrei desse assunto porque o prefeito de Governador Celso Ramos, acusado de crimes ambientais, acabou sendo beneficiado pela lentidão do processo e pelos recursos que a legislação permite: seu crime prescreveu e o processo foi extinto.

A prescrição, em vez de alegrar o acusado, deveria assustá-lo (caso ele seja inocente), porque ao ficar sem julgamento, o sujeito passa à condição, diante da sociedade, de um eterno suspeito. Não será preso nem terá qualquer pena, porque não foi condenado. Mas não se livrará da mancha na reputação, porque também não foi absolvido. Sei não, mas acho esse o pior dos mundos.

PDT NÃO SE ACERTA
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, que na divisão do bolo estadual cabe ao PDT, continua sendo dirigida interinamente pelo PMDB. Pelo simples fato que os “donos” do pedaço não se acertam.

Os servidores da Secretaria não se queixam. Ao contrário. Esfolados por administrações desastrosas, inacreditáveis e incompetentes do Godinho e do Cezar Cim, eles estão adorando o Içuriti Pereira, que está lá quebrando um galho, mas que não fez, até agora, nenhuma bobagem.

Por extensão, o próprio governo federal também está mais satisfeito: a secretaria é a representante no estado de grandes programas sociais do governo federal. Programas que, em ano eleitoral, são a menina dos olhos do PT e do Lula.

E os contribuintes, afinal, acabam tendo os serviços que a secretaria deve prestar. Ou seja, com a indecisão do PDT, a ausência de seus indicados na secretaria preencheu uma lacuna. Quem diria, não?

ÁLCOOL OU GÁS?
E agora? Vais trocar teu carro a álcool por um carro a gás ou trocar o carro a gás por um a álcool?

Vocês não acham que tem alguma coisa errada na rapidez com que essas coisas acabam dando xabu? Será que ninguém, dentre os planejadores do programa do álcool imaginou que nesse processo sempre teria entressafra e pressão dos produtores por maiores ganhos?

Será que ninguém imaginou que um combustível estrangeiro fornecido via gasoduto, poderia ser interrompido por algum acidente, sabotagem, mudança de cenário político (que foi o que ocorreu)? Porque a gente sempre fica com a impressão que todo mundo foi pego com as calças na mão. Sem um plano previamente definido para enfrentar a crise.

Nesse caso da Bolívia, mesmo, foi um bate-cabeça vexatório. E o único resultado concreto, que a gente aqui na planície, está sempre vendo, é que o consumidor, o contribuinte, o eleitor, está sem pai nem mãe.

Ah, a propósito: os jornalistas em quem acredito garantem que, segundo as fontes em quem eles acreditam, não vai faltar gás este ano e os preços não devem ser aumentados antes das eleições.

E mais: a Petrobras vai espernear, mas não sairá da Bolívia. O assunto já virou uma queda de braço entre Lula e Cháves pra ver quem tem maior influência sobre Evo. E o Lula, quando cisma com uma coisa a gente sabe como é...

13 DE MAIO
A data, para os Florianopolitanos, é muito significativa, lembra a ponte Hercílio Luz, lembra a fundação do jornal O Estado. Mas para os brasileiros de todos os estados, este ano, vai significar o ponto de partida das costuras (os mais pessimistas preferirão chamar de “conchavos”) políticos. É a data em que o PMDB deve decidir se vai ou fica, se terá candidato ou não. E, a partir daí, os demais partidos podem começar a ter as conversas definitivas, as mais importantes, que definirão estratégias, alianças e candidaturas. Até lá é só um aquecimento sem conseqüência (embora às vezes até gere atrito, calor e fumaça).

FESTANÇA EM BLUMENAU

Hoje tem a inauguração do super-mega-hiper centro de eventos que substitui, em Blumenau, a Proeb. Os empresários e a prefeitura prepararam uma grande festa e pra vocês terem uma idéia, levarão, de Florianópolis um ônibus com jornalistas para assistir à festa e participar de uma programação especial na cidade.

Pelo jeito a turma tá querendo fazer, do novo centro de eventos (chamado de Vila Germânia... ou seria Germânica?) um caso de sucesso que coloque Joinville, a eterna rival dos blumenauenses, no chinelo.

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