Falei neste meu amigo há alguns dias, aqui. No momento só consigo pensar: “tanto filho-da-puta vivo e bem de saúde e um sujeito decente e lutador como o Daniel ter que passar pelo que ele passou e ainda morrer cedo assim”.
Sem ter muito o que acrescentar, peço licença para transcrever o texto de Marco Aurélio Weissheimer, da agência Carta Maior.
PORTO ALEGRE – A luta pela democratização da comunicação no Brasil perdeu um batalhador. Morreu na tarde desta terça-feira (30), no hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, o jornalista Daniel Herz, 51 anos, autor do livro A História Secreta da Rede Globo (Editora Tchê!, 1987) e diretor do Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom), que manteve o site Acessocom, especializado na área de mídia, até 2003.
Daniel Herz foi professor e chefe do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (1980-1984), coordenador da Frente Nacional de Luta por Políticas Democráticas de Comunicação (1984-1985), coordenador da campanha da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) no Congresso Constituinte (1987-1988), secretário de Comunicação do primeiro governo do PT na prefeitura de Porto Alegre e primeiro coordenador do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, surgido no início da década de 90.
Em “A História Secreta da Rede Globo”, obra através da qual se tornou conhecido nacionalmente e leitura obrigatória nos cursos de jornalismo, Daniel Herz publicou o resultado de suas pesquisas sobre a origem da Rede Globo e suas ligações com o grupo norte-americano Time-Life, durante a ditadura militar no Brasil.
Segundo Herz, a construção da Rede Globo foi viabilizada por um decisivo suporte financeiro, administrativo e tecnológico deste grupo e por relações incestuosas mantidas com lideranças do regime militar. A denúncia de ligações inconstitucionais da Globo com a Time-Life, feita por concorrentes da emissora brasileira (em especial os Diários e Emissoras Associados), obrigou a empresa da família Marinho a se desvincular do grupo norte-americano. Quando as relações jurídicas e administrativas foram encerradas, em 1967, a Globo já havia fincado os suportes para sua transformação em principal empresa de comunicação brasileira.
O Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), suspendeu as aulas desta quarta-feira (31), em homenagem à memória de Daniel Herz. Ele foi o primeiro chefe de Departamento de Jornalismo da UFSC, na época chamado Departamento de Comunicação, no início da década de 80. Em pleno regime militar, instituiu o funcionamento democrático do Curso, com a implantação de um conselho paritário de professores e alunos, até então inédito no Brasil. Além disso, instituiu eleições diretas para todos os cargos de chefia.
O curso de Jornalismo da UFSC tornou-se conhecido nacionalmente, quando Herz organizou o lançamento da Frente Nacional de Luta por Políticas Democráticas de Comunicação, causa pela qual trabalhou sem cessar pelo resto de sua vida.
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PMDB SEM EDUCAÇÃO
Ontem foi a vez do PMDB meter os pés pelas mãos no caso da greve dos professores. Depois de uma sessão literalmente ordinária (porque estava com uma freqüência baixa de deputados), o Afrânio Boppré pediu que fossem concedidos uns minutos para que os grevistas pudessem dar seu recado na tribuna da Assembléia Legislativa.
Dar a permissão para esses pronunciamentos é uma prática democrática que não tem causado maiores problemas. Os caras vão lá, dizem o que acham que devem dizer, a turma nas galerias aplaude, grita umas palavras de ordem, a TV Alesc transmite e pronto. Tá resolvido o assunto.
Mas algum gênio do PMDB, algum assessor que nunca ouviu falar do VDM, sugeriu aos deputados do partido do governo, que saíssem da sessão e alguém pedisse a “verificação de quórum” (pedir pra contar se tem o número mínimo de presentes). Se não tem deputado que chega, a sessão tem que se encerrada imediatamente.
ROLO DESNECESSÁRIO
E, pior, de propósito ou por acaso, coube justamente ao Presidente da Comissão de Educação da Assembléia, deputado Romildo Titon, a tarefa ingrata de pedir a tal contagem que iria encerrar a sessão antes do representante dos grevistas poder falar.
Os grevistas ficaram, com toda a razão, indignados. E mesmo encerrada a sessão, não saíram das galerias nem da Assembléia, porque acharam que o que fizeram com eles foi uma sacanagem. O tumulto chegou a fazer com que a sessão solene prevista para a noite, fosse atrasada e até corresse o risco de não ser realizada.
Tenho falado mal, aqui, quase todo dia, dos grevistas da educação. Não gosto e não concordo com muitas atitudes deles. Mas não posso deixar de registrar essa bola fora dos governistas. Transformaram uma manifestação que provavelmente ocorreria sem maiores transtornos, num episódio que só demonstrou falta de habilidade política.
Depois do leite derramado, reuniram-se os líderes dos partidos e ficou acertado que o presidente da Assembléia, Julio Garcia (outro que não gosta que acentuem o nome dele) iria hoje bater às portas do consultório do Dr. Moreira para tentar abrir um canal de negociação que resolva o impasse.
Faltou, ao PMDB, um cara de bom senso que, ao ouvir a idéia de provocar o encerramento da sessão para evitar o discurso dos grevistas, dissesse, com toda clareza: “vai dar merda...”
A MOÇA DO ACENTO
A assessora do Cesar Souza, cujo e-mail publiquei ontem me ligou, ainda de manhã. Estava encabulada porque o recadinho, que tinha sido escrito apenas para o jornal da Assembléia Legislativa, acabou sendo enviado também para outras pessoas (e acabou caindo na minha mão e, por conseguinte, na boca do povo).
Este é o grande problema do e-mail: é só a gente se enganar na hora da remessa que em pouco tempo a coisa pode se espalhar de uma maneira incontrolável. Menos mal que o caso do acento do Cesar não era grave nem sério. Mas ver o texto de um e-mail circular fora do contexto para o qual foi escrito sempre deixa a gente meio envergonhado.
PONTO FACULTATIVO?
Hoje vai ser um dia daqueles, em Florianópolis. Os motoristas e cobradores de ônibus, pra variar, podem parar (com todo o transtorno que isso representa para o trânsito e para a vida do povo trabalhador que perde o dia, a viagem e a paciência).
Os servidores públicos federais das outras áreas podem se reunir aos grevistas da previdência, numa paralisação de 24 horas.
Os professores grevistas, que estavam com o prestígio em baixa e tiveram um considerável impulso graças à inabilidade dos deputados do PMDB, devem estar se sentindo o máximo e certamente preparam alguma.
O melhor é considerar o dia como “ponto facultativo” e ficar em casa cuidados dos curiós, dando banho nas galinhas, preparando uma tainha escalada e depois tirar um cochilo vendo a sessão da tarde.
A TERRA DO JÁ TEVE
O lendário hotel Maria do Mar, no Saco Grande, vai a leilão. Como o leilão é promovido pelo BESC imagino que o Rubens Pereira (pai do vice-prefeito Bita Pereira) esteja com alguns problemas para saldar seus papagaios.
O Maria do Mar foi um hotel inovador e pioneiro, numa ilha onde a mesmice de vez em quando parece tomar conta do pedaço. Mas decerto não conseguiu resolver seu principal dilema: não era um hotel central, ficava meio afastado, mas também não era um hotel de praia.
Um de seus últimos grandes momentos foi há alguns anos, quando fazia, aos sábados, uma feijoada espetacular. Mas mesmo o restaurante, recentemente, andava às moscas. Os espaços criados para grandes eventos, como casamentos, é que ultimamente estavam movimentando a casa.
Com certeza a situação do Maria do Mar não é tão grave quanto a de outra lenda da hotelaria catarinense, o Hotel Itapirubá, situado ao Sul da capital, próximo a Imbituba. Ontem me contaram que já começam a depredar o prédio abandonado.
FALTOU MANEZINHO
Na lista dos Manezinhos que receberão o troféu em 2006 (no dia 3 de junho, na Manezada da Rita Maria) que publiquei, ficaram de fora dois nomes. Coisas da minha proverbial distração e enorme capacidade de cometer erros mesmo quando realizo tarefas simples como copiar e colar.
Republico a lista (espero que agora esteja correta), pedindo desculpas aos que não tinham sido citados.
Annita Hoepcke da Silva;
Antônio Diomário de Queiroz;
Aurino Manoel dos Santos;
Cláudio Agenor Andrade;
Cláudio Manoel da Costa (Cadinho);
Gilberto João Machado;
Hélio Costa;
Heraldo Russi Wagner;
Maria de Lourdes da Costa Gonzaga (Dona Uda Gonzaga); e
Zenaide Maria de Souza.
MANEZINHO INSTITUIÇÃO
Sociedade Recreativa e Musical Lapa (Banda Nossa Senhora da Lapa).
MANEZINHO HONORÁRIO
Joaquim José Pereira da Mota Veiga (Lisboa, Portugal).
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