segunda-feira, 1 de maio de 2006

SEGUNDA

FERIADO NUNCA É DEMAIS
Sou completamente a favor de feriados e dias santificados. Simplesmente porque sou completamente contra o trabalho, a obrigação diária, a escravidão. O ser humano, já comprovei com minhas pesquisas científicas nas quais ninguém acredita, nasceu para o ócio criativo, para a vida boa e para a fama.

Mas o mundo, em algum momento que eu não sei exatamente qual, acabou entrando num desvio errado e hoje quem não rala não come, não veste e não veve. Sim, estou falando das pessoas normais, honestas e decentes, que não acham natural roubar, matar e seqüestrar.

DEIXE PRA AMANHÃ
Hoje é Dia do Trabalho. Resista, com força e coragem a toda tentação de “aproveitar o feriado pra arrumar aquela janela quebrada”. Se preciso, encha os ouvidos de cera parquetina para não escutar a patroa, a mãe, o marido, os filhos, quem quer que seja, falar naquelas coisinhas que podem ser feitas só porque a gente está em casa sem fazer nada.

Está na bíblia: o feriado não é pra parar de trabalhar num lugar e trabalhar no outro. Feriado é feriado.

Portanto, não deixe que essa gente mal intencionada jogue um sentimento de culpa em cima de você só porque está aí jogado no sofá, lendo o DIARINHO e pensando em como vai fazer para mudar a página sem levantar o braço nem fazer força com a mão.

Seja homem! (ou seja mulher! ou seja boiola! seja qualquer coisa!) não reaja (que dá trabalho), mas também não aceite essa imposição do capitalismo internacional: deixe pra amanhã tudo o que alguém inventar que você deve fazer no feriado.

VAI COM CALMA

Isso que a gente produz mais e melhor quando trabalha bastante é lenda. Os sujeitos mais ricos do mundo praticamente não trabalham (pelo menos não do jeito que a gente trabalha), viajam muito, comem do bom e do melhor, levam cinco horas para almoçar, dormem oito horas por manhã. E essa é a principal prova que se a gente quer ser rico não deve se matar trabalhando.

Uma das coisas mais valorizadas, hoje, é a idéia. Uma boa idéia pode salvar uma empresa da falência, pode livrar um sujeito da cadeia, pode ajudar um produto a melhorar e vender mais. E ninguém tem idéias (nenhuma idéia, nem ruim nem boa) trabalhando todas as horas do dia, todos os dias da semana. Os feriados e as férias são muito mais úteis que os dias trabalhados.

VIDA DURA, A DO ELEITOR
Aos poucos o povo brasileiro vai abrindo os olhos e começa a perceber que tem sido feito de trouxa por muitos anos. São poucos os que se metem na vida pública sem ser em busca de interesses puramente financeiros.

Se candidatam ou candidatam um afilhado só mesmo pra encher o bolso, pra ajudar seus negócios, pra facilitar uma outra ladroagem. Ninguém parece preocupado com a política.

E a política é importante. Deveria ser a forma como a gente organiza a nossa vida em sociedade. Elegeríamos representantes que falariam em nosso nome e defenderiam nossos pontos de vista. Mas na verdade a gente, que é otário, elege um pessoal que só representa os interesses deles mesmos e só fala em nome deles mesmos e só quer saber de defender o $ deles.

É muito difícil essa vida de eleitor, sem ter pra onde ir: se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.

AMIGOS DE ALUGUEL
A CUT, a UNE e o MST estão ameaçando sair na porrada com quem pedir o “impeachment” de Lula. Até achei interessante, porque amizade e lealdade nas horas difíceis é sempre bonito de se ver.

Mas aí começaram a aparecer as contas que mostram que essa tal “amizade e lealdade” não é gratuita nem em defesa das idéias ou de alguma coisa mais nobre, como um projeto socialista de país: eles só estão retribuindo os mais de R$ 60 milhões que receberam do governo Lula. E naturalmente não querem que a fonte seque.

A cada dia o PT, o governo Lula e seus aliados mostram que aprenderam muito bem as lições da pior prática política, ensinadas por Maluf, ACM, Jader Barbalho e coronéis das oligarquias de todos os estados. “Toma lá dá cá”, “caixa dois”, “Mateus, primeiro os meus” são hoje coisas absolutamente normais e quase obrigatórias nesse governo.

Perdão, leitores, mas não resisti em fazer essa piada infame com o polêmico, odiado e incompreensível Paulo Brito (comentarista da Rádio CBN), que é meu amigo há muitas décadas. O nome da festa do cabrito de Monte Carlo (que o Dr. Moreira foi prestigiar no sábado) é assim-assim, mas bem que um cabritinho assado tem seu valor num feriadão, né não?

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