TÁ TUDO DEZ!
Fiquei ontem alguns minutos olhando as fotos que o competente Ricardo Stuckert tira do companheiro presidente e coloca no site do governo à disposição dos jornais. Chama a atenção o semblante despreocupado do companheiro Lula, a alegria com que saúda o povo das cidades pequenas, o cuidado com que cumprimenta seus fãs, faz festinha nas crianças e posa para as fotos.
Mais ou menos no mesmo momento, no Brasil, a polícia estava perto de igualar o recorde de mortes do massacre do Carandiru: 107 cadáveres sem nome, quase todos pretos, todos pobres, alguns mulatos, numa espécie de vingança tardia.
E as famílias dos policiais e dos não-suspeitos também chora um número de mortes cataclísmico, de uma guerra civil não admitida, mas declarada. Estúpida como toda guerra.
A segurança pública, com verbas decrescentes, sem planos para o futuro, sem programas nacionais, esfacela-se diante de nossos olhos e cai vergonhosamente de quatro, submetida aos caprichos da corrupção e da bandidagem que se movimenta cada vez mais solta em todos os poderes.
Este país do medo, da perplexidade e do susto, que é o Brasil, nada tem a ver com o “mundo do Lula”. Lulópolis, Lula World, Lulândia, são conceitos que estão sendo acompanhados de perto pelo Beto Carrero e pela Walt Disney Inc. porque podem render bons parques temáticos, que ajudem-nos a fugir um pouco da realidade estressante e cruel.
MAMÃE ASSEMBLÉIA
Ontem, na nota com este título, cometi mais um errinho (será a idade? ou tenho que comer mais peixe?) escrevi “Escola de Governo” onde deveria ter escrito “Escola do Legislativo”. São coisas diferentes, porque a Escola do Legislativo, como o nome diz, é da Assembléia. E é ela que funciona no imóvel alugado pelo legislativo estadual.
Já que voltei ao assunto: independentemente da Assembléia pagar ou não as despesas das associações de servidores, deputados, procuradores e do sindicato, de maneira geral a relação entre os órgãos públicos e as representações dos servidores sempre foi meio indecente. Uns mamam mais, outros menos, mas, no ar, paira um não sei quê de imoralidade.
FESTA NO PALÁCIO
Os peemedebistas do Centro Administrativo (agora que o LHS saiu a gente pode voltar a chamar de palácio, né?) soltaram foguetes com o bloqueio dos bens do Amin e do Vieirão. Chegaram a colocar a notícia no site do governo, como se fosse obra da descentralização.
E ontem, depois que a turma da Secretaria da Fazenda terminou o carnaval, o governador 1, o candidato em exercício LHS, se empolgava no discurso e dizia que a vitória na eleição poderá ser por uma margem “superior a 400 mil votos”.
A afirmação foi feita num encontro de peemedebistas, em São Miguel d’Oeste, organizado pelo Secretário do Desenvolvimento Regional. Oops, será que as SDR vão mesmo funcionar como cabos eleitorais como acusava a oposição?
CORRUPÇÃO ENDÊMICA
Acho muito engraçado esse pessoal que enche a boca e fala da “lama de Brasília” como se aqui ao lado a coisa não fosse parecida.
Vocês conhecem esta história (que um leitor me lembrou dia desses): o sujeito paga os impostos, gosta de cumprir a lei. Aí, quando quer construir ou reformar, vai à Prefeitura requerer a autorização, afinal quer fazer tudo direito, pra não se incomodar.
O vizinho, pragmático, começa sua obra sem qualquer regularização. E enquanto o bom moço gasta os tubos e se incomoda de montão, tendo que enfrentar uma burrocracia atroz (montada para estimular o suborno), o “esperto” já está levantando as paredes.
A certa altura, aparece um fiscal, mas nada de mais grave acontece: se o fiscal for honesto, é só pagar a multa, se for desonesto é só pagar a propina. E a construção chega ao final sem maiores problemas e bem mais rápida e barata que a construção do “bom cidadão”. Ah, o irregular não tem habite-se, mas e daí?
LUIZINHO A MIL
O Ilton, um leitor perspicaz, lembra que nem todos os professores estão em greve:
“o Professor Luizinho continua na ativa, muito na ativa, passando tarefas e dando pitacos até fora da sala de aula”.Por falar nisso, só quem não convive com esse pessoal tipo assim “novo político” ou “petista de resultados” se espantou com o bafafá que o “Professor” e sua turma aprontaram num restaurante paulistano. Grossura e prepotência são sempre uma mistura explosiva.
GREVISTAS SEM EDUCAÇÃO
Não podemos deixar passar em branco as graves acusações de assédio moral que a jornalista Mylene Margarida fez a dirigentes sindicais do Sinte. Devem ser os mesmos que tiveram idéias brilhantes como fechar a ponte, bloquear rodovias e invadir prédios públicos.
Um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Educação teve o desplante de dizer a frase famosa de todos aqueles que são pegos com a boca na botija: “ela não tem como provar”. É claro, o assédio moral, tal qual o sexual, é difícil de provar.
Muitas vítimas desse tipo de violência no ambiente de trabalho, preferem suicidar-se, fugir, mudar de cidade, porque temem que a prepotência e a truculência os alcance em qualquer lugar. E não conseguem produzir uma prova contundente.
O PODER CORROMPE
Sábios antigos já diziam: “se queres conhecer alguém, dê-lhe algum poder”. Trabalhadores de todos os níveis, quando se vêem alçados à condição de “diretores” de sindicatos com milhares de filiados, acham-se por cima da carne seca. A um gesto deles, a cidade para, a uma palavra deles, milhares de súditos enfrentam a lógica, o bom senso e a polícia.
Dá para entender que o poder lhes suba à cabeça e que passem a tratar os subalternos como o cocô do cavalo do bandido. Mas não se pode aceitar. Nem permitir. Muito menos num Sindicato de Trabalhadores da Educação, que deveria se preocupar com a situação difícil de seus associados, com a complicada luta para arrancar migalhas do tesouro do Estado. O pior é que essa gente dificilmente será punida.
2 comentários:
CV
Agora me diga vc, cabeça pensante, jornalista de primeira, pai de família linda, cidadão antenado pero non ET :)
O QUE SERÁ DE NÓS???
Euzinha, cabeça mezzo pensante mezzo sonhadora, artista de terceira, mãe de todos-furabolo-matapiolho, cidadã antenada pero ET, não encontro respostas....
Je sui desesperrê!
Bjs
CV, eu tinha CERTEZA de que VC :c) teria uma visão otimista.
Bjs e até o dia do seu Ano Novo
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