QUINTA

(Hoje, por problemas logísticos, técnicos e de diversos tipos,
só atualizei o blog ao meio dia. Perdão, leitores.)

REPÚBLICA DO “NÃO SEI”

O espetáculo não pode parar. O mais recente artista circense a entrar no picadeiro da CPI dos Bingos não decepcionou. Tal e qual Delúbio e Marcos Valério, enrolou a língua, assassinou a gramática, disse idiotices e portou-se como se tivesse algum tipo raro de imbecilidade galopante.

Não canso de me espantar com a facilidade com que esses indivíduos aparentemente tão toscos de inteligência, conseguiram arrecadar tanto dinheiro e influenciar tantas pessoas.

Como tive que encerrar a coluna um pouco mais cedo, por causa da palestra que fui fazer em Criciúma ontem à noite, não sei o que aconteceu no final da tarde. Mas decerto ninguém prendeu o Sílvio “Land Rover”. Embora a mentirada dele diante de todos nós fosse, a meu ver, suficiente para colocá-lo no xilindró.

CASA CATARINENSE EM SP
Hoje à noite tem festa (de novo?) na famosa “Casa de Santa Catarina” na capital paulista. Vão comemorar dois anos de funcionamento daquela, como eles mesmos dizem, “extensão da Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte” (o que justifica tanta ida e vinda entre SC e SP).

De vez em quando algum servidor da área de turismo do governo arrisca a comentar sobre as despesas geradas por essa “Casa”. Mas, certamente com medo de represálias, nunca me envia os comprovantes que peço. Embora acredite que um equipamento como esse possa prestar muitos serviços a um estado turístico como o nosso, acho que nunca é demais ficar de olho.

Não é por nada não, só que essas coisas que ficam longe, fora do alcance do olho fiscalizador da população do estado, acabam estimulando um certo desleixo com o nosso dinheiro.

Ah, se algum de vocês estiver em São Paulo e quiser ir à festa, a Casa de Santa Catarina fica na Av. Nove de Julho, nº 3755, Bairro Jardins (mais chique, impossível). O telefone de lá é (11) 3057-3224. É só dizer que leu o convite no DIARINHO que eles deixam entrar. Ou não.

QUE É ISSO, JUAREZ?
Conheço o vereador Juarez Silveira (atualmente diretor de planejamento da Codesc) desde o século passado, quando ambos éramos bem jovens vivíamos no Estreito. Eu morava perto da pequena oficina onde o Amauri começou sua carreira vitoriosa de empresário e por ali todo mundo se conhecia. Eram outros tempos.

Pois agora me contaram uma do Juarez que me deixou de boca aberta. Um dos freqüentadores do jantar em homenagem do Dudu Moreira ao tima da Cimed na Casa D’Agronômica, jura que ouviu o seguinte diálogo:

Um jornalista estava conversando com o presidente da Câmara de Vereadores, Marcílio Ávila e com o prefeito Dário, sobre a necessidade e oportunidade de se fazer um parque municipal bonito e bem bolado na região do aterro do Saco dos Limões onde será feita a tal arena multiuso. Pra evitar que aconteça lá o que aconteceu no aterro do centro, que é muito mal aproveitado.

Pois diz a testemunha que o meu amigo Juarez apareceu de repente no papo, tipo assim sem ser convidado e desmachou a rodinha com a seguinte pérola:

“Nossa cidade não tem cultura de parques. Isto aqui não é Porto Alegre. Aqui temos muitas praias...”

Aí não dá. Assim que voltar da capital da cerâmica vou ligar pro Juarez pra tentar fazê-lo ver que uma das melhores coisas do Córrego Grande, por exemplo, é o parque municipal que existe ali.

Não tem cabimento um vereador de prestígio como o Juarez ter esse modo provinciano de pensar: “ah, não somos Nova Iorque, não precisamos de um Central Park”, “ah, não somos São Paulo, não precisamos de um parque do Ibirapuera”.

COM TODO GÁS
Santa Catarina mergulhou de cabeça no programa do gás. Tem cerca de 40 mil veículos convertidos e umas 230 empresas ligadas no gasoduto. É um dos estados onde o uso do gás é mais intenso, se não for o campeão. Não é à toa que tem tanta gente com os cabelos em pé e as barbas de molho, esperando o resultado das negociações da Petrobras na Bolívia.

LADRÃO DE GALINHA
As maracutaias que levaram o Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal da Comarca de Joinville, João Marcos Buch, a decretar a prisão preventiva do ex-Deputado Estadual e ex-Delegado de Polícia João Rosa, se comparadas ao que a gente tem visto por aí, são até singelas. O réu deste caso, no mundo do roubo de dinheiro público é, por assim dizer, um ladrão de galinha.

E como todo ladrão incompetente, deixou tanto rabo que acabou condenado, o que é coisa rara. Mas embora ele não seja o maior corrupto catarinense, temos que comemorar sempre que a impunidade termina, toda vez que algum processo chega a uma sentença. E parabenizar, pela fé, esperança e caridade, todos que ainda encontram forças para fazer a denúncia, ir atrás das provas, acompanhar os lentíssimos passos judiciais e esperar a sentença, que nem sempre está de acordo com a expectativa.

VIEIRÃO NA RODA
Além do processo criminal, a turma do João Rosa (ele, Ivani Rosa, Israel Rosa e Helena Jacqueline Rech) ainda têm, nas costas, um processo civil, por improbidade administrativa. E neste, embarca o Vieirão, que era Secretário da Fazenda à época.

O Ministério Público afirma que Vieirão foi responsável pela liberação irregular – sem exigência de documentos indispensáveis – da verba à Associação Joinvilense de Apoio à Comunidade (uma das entidades fantasmas do João Rosa).

DE OLHO NAS ELEIÇÕES
Faço minhas as palavras da Lúcia Hippolito (CBN e Blog do Noblat):

“é importantíssima a campanha da Associação dos Magistrados Brasileiros, que está sendo lançada em Brasília. Chamada de Operação Eleições Limpas, a campanha se propõe a mobilizar juízes eleitorais no Brasil inteiro, e a própria sociedade brasileira, para aumentar a fiscalização sobre as campanhas em 2006. Foi elaborada uma cartilha, com informações preciosas sobre a legislação eleitoral e o que pode e o que não pode em termos de gastos de campanha. Conhecendo melhor a lei, todo mundo pode ajudar a fiscalizar e denunciar. (...) Quanto mais gente de olho nos gastos de campanha, melhor.”

Não percam, no entrevistão do final de semana,
o netinho querido do ACM.