sábado, 16 de dezembro de 2006

SÁBADO E DOMINGO


LAS VEGAS DO SUL
Um dia talvez a gente entenda o por quê do empenho do governo do estado pela legalização do jogo. A defesa que tem feito dos bingos e de outras formas de jogo chega a ser comovente. E até seria emocionante, se eles não estivessem gastando o nosso dinheiro nessa defesa.

Ontem o Supremo declarou inconstitucional, pela segunda vez,a lei estadual a respeito dos jogos de azar. E afirma que qualquer autorização para funcionamento de bingos será enquadrada na lei das contravenções penais.

Da decisão não cabe recurso, mas algo me diz que Santa Catarina, empenhada em se transformar numa Las Vegas com vento sul, continuará tentando dar abrigo institucional aos “empresários” da contravenção. Talvez a saída seja declarar independência e formar uma espécie de república da jogatina. Talvez isso resolva, de vez, os problemas de caixa do governo.

SAÍDA À FRANCESA
Sempre que uma pessoa sai de uma festa sem se despedir de todos, discretamente, diz-se que foi uma saída “à francesa”. Foi mais ou menos o que o secretário da Fazenda, Felipe da Luz, fez. Assim que a poeira da MP que aumentava impostos baixou, ele pediu o boné, tentando não fazer marola. Oficialmente, só antecipou a saída em duas semanas, para viajar e descansar um pouco.

Mas é claro que não é só isso. Afinal, ele estava no centro da história da MP. Amigos dizem que ele foi contra desde o início. Inimigos dizem o contrário. Talvez só daqui a alguns anos venhamos a saber todos os detalhes. Em todo caso, é estresse demais para quem sofreu uma cirurgia cardíaca há poucos meses.

DIPLOMAÇÃO
O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina julga as contas da campanha de LHS na segunda-feira. E a diplomação de todos os eleitos no estado será no dia 19, terça, na Assembléia Legislativa, às 20h.

VAI O DERLY MESMO
Reconduzir o Derly de Anunciação à Secretaria da Comunicação acabou sendo a forma encontrada para neutralizar algumas forças intestinas que estavam se movendo, assanhadas e aceleradas, em direção ao esquema de comunicação do governo. Entre mortos e feridos salvar-se-ão todos e não se trocará o certo pelo duvidoso nem se mexerá no esquema.

A NOVELINHA DO COPOM
A manchete de ontem do DIARINHO refletia o espanto dos itajaienses diante da falta de informações claras sobre a saída, da cidade, de mais uma repartição estadual.

Nada muito dramático, se visto a partir de Florianópolis, que é de onde, afinal, o governo, por mais descentralizado que seja, olha para o estado.

E qual era o panorama visto da capital? Para o comando da Polícia Militar, parecia óbvio que o investimento feito ao longo de anos para reformar e preparar um prédio para sediar um Centro de Operações da Polícia Militar regional, em Balneário Camboriú, significava que o Copom de Itajaí seria desativado.

DISSE QUE ME DISSE
Ninguém parecia levar muito a sério o chororô itajaiense, que na área da segurança tem tido várias perdas. E ninguém na PM parecia ter ouvido ou lido o governador eleito (certamente em respeito a seu aliado Volnei Morastoni) dizer que o Copom de Itajaí continuaria a funcionar.

Ontem, o bom senso voltou a imperar e o comando da PM começou a falar a mesma linguagem da Secretaria da Segurança e do governador eleito: o Copom fica em Itajaí.

FINAL MELANCÓLICO
Mas vários equipamentos já foram retirados e transferidos para Balneário Camboriú. E agora? O jeito será comprar novos equipamentos para Itajaí. Uma operação que poderá levar meses, ou anos.

Na teoria, houve um recuo e uma contemporização, para atender aos compromissos do governador. Na prática, a posição pró-centralização em Balneário venceu a parada. É lá que estarão o efetivo e os recursos. O Copom de Itajaí funcionará mal e mal, como um arremedo de central de operações, sem verba, sem gente, sem equipamentos adequados. Será apenas um nome numa placa e uma sala quase vazia, se tanto.

Até que, daqui a algum tempo, quando todos tiverem esquecido o caso, alguém retire a placa, apague a luz e chaveie a porta, encerrando mais esta novela. Sem choro nem vela.

Há otimistas que apostam num final diferente. Eu, embora torça por Itajaí, não colocaria muito dinheiro na aposta, se fosse eles.

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