De todos os poderes, o Legislativo é o mais aberto, o mais fácil de controlar (no bom e no mau sentido) e o mais sensível à pressão popular. É claro que muitos eleitores ainda não aprenderam a votar e acreditam que o sujeito mais rico, que faz campanha na maior camionete, que tem mais cartazes e o trio elétrico mais barulhento será, automaticamente, o melhor deputado. Mas, mesmo assim, o Legislativo é a Casa do Povo. Se tem deputado malacabado, é porque tem eleitor malacabado.
Agora que está terminando o ano e que vários deputados encerram seus mandatos, porque não foram reeleitos, queria, aqui neste canto modesto do maior jornal do Sul do mundo, ficar de pé e com a mão no coração e os olhos no amanhã, prestar uma homenagem aos deputados estaduais e federais, atuais e futuros que honram as calças e saias que vestem, que têm vergonha na cara e coragem para dizer não às tentações. Vocês são importantes demais para deixarem que uns inconseqüentes e corruptos arrastem na lama a imagem da instituição e enterrem na fossa fétida do interesse pessoal o respeito que deveriam merecer.
SC BINGOS
O Ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal, está estarrecido com o empenho do governo catarinense na defesa dos contraventores. Disse o magistrado que a “confusão de alhos com bugalhos” causda por Santa Catarina no STF “parece que foi de propósito”.
O que irritou o Ministro foram os embargos, pedindo anulação do julgamento com base num discutível descumprimento de prazo pelo STF. E mais, o registro da confusão mostrou que o próprio governador do estado tem interferido, ao pedir o adiamento do julgamento pelo STF.
Claro que qualquer um de nós gostaria de ter a máquina jurídica do estado atuando incansável e diuturnamente a seu favor. E olha que muitos de nós têm questões muito mais legítimas e defensáveis do que a teimosia em legislar sobre jogos de azar.
Pertence disse ainda que
“o que se tem nestes Embargos é nada mais que o esperneio das empresas de bingos e do governo catarinense quanto à decisão do Supremo Tribunal, que insistem em não aceitar pelos interesses que contraria.”Os catarinenses poderiam ter dormido sem essa. Nossos governantes estão esperneando ao ponto de serem motivo de riso no Supremo e mostrarem-se, diante do País, completamente identificados com os empresários do jogo. Um envolvimento difícil de aceitar, porque talvez represente algo mais do que puro interesse público.
A DOR DO LHS
Alguém pisou nos calos do LHS ou então enfiou a ponta do guarda-chuva na unha encravada, porque na terça ele estava indócil, a ponto de irritar-se com o Moacir Pereira. Logo com o jornalista a quem o próprio LHS, diante de uma grande platéia, em 2003, entronizou como o “Príncipe da Imprensa Catarinense”. Na época, enciumados, o Paulo Alceu e o Cláudio Prisco até reivindicaram seus títulos de nobreza. Queriam ser duques ou barões, já que Príncipe, como vocês sabem, só tem um. Tinha.
ILHA DE INSENSATEZ
Ao que parece, portanto, foi extinta a monarquia jornalística, deposto o Príncipe e LHS agora assume ares de revolucionário republicano, que deseja levar ao paredão todos os membros da família real.
E sobrou, como sempre, para Florianópolis, classificada por LHS de “ilha de pequenez e insensatez”, segundo li nos jornais. Ao que tudo indica ele estava furibundo porque acreditou na balela que lhe contaram: houve reação à MP que aumentava impostos porque os colunistas ilhéus começaram a falar contra ela.
Alguém botou na cabeça do LHS que o povo catarinenses das demais cidades é dócil, compreensivo e amigo do LHS e jamais colocaria pedras no caminho da MP do imposto, se o ex-Príncipe e seus asseclas não tivessem feito a fofoca. E se a fofoca não tivesse sido feita nesta “ilha de pequenez e insensatez” que tem uma enorme caixa de ressonância.
A FALTA QUE O VDM FAZ...
Como florianopolitano até fico muito orgulhoso com a importância que o LHS está nos dando, atribuindo-nos um poder exagerado. Mas como observador mais ou menos desapaixonado, vejo que ele está rotundamente enganado. E absurdamente mal aconselhado. O Gayoso deve estar de férias. Só pode ser isso.
Aliás, continua fazendo falta alguém que assuma a Secretaria do Vai Dar Merda! Um sujeito de bom senso que avisasse o LHS, ao pé do ouvido, antes dele dizer ou fazer bobagem: “vai com calma, pensa um pouco mais, porque isso aí, dito desse jeito, vai dar merda...”
O prefeito de Florianópolis e seus brothers estão porraqui com o LHS. A ponto do Berger do Executivo (o Dário, porque os outros são o Berger do Legislativo e o Berger Prestador de Serviços ao Governo) sair dizendo que ele ficaria melhor na foto ao lado da D. Ângela, do que a Ideli.
Isso lá é comparação que se faça? Ainda mais depois do arranca-rabo entre ele e o marido da D. Ângela na Câmara de Vereadores, dia desses?
Parece que, de fato, como dizem seus inimigos, política não é o forte do Dário. Dá a impressão que os irmãos Berger estavam achando que seria fácil concretizar seus planos de dominar a capital e utilizá-la como trampolim para outros vôos.
Ora, todos os políticos e correntes políticas do estado pretendem a mesma coisa. Portanto, a briga é de foice e só os cachorros grandes sobreviverão. E, ainda assim, bem machucados.
CONTA À VENDA
Inspirado pela milionária venda das contas dos servidores públicos catarinenses para o Bradesco, resolvi também fazer leilão da minha conta bancária. Ela está estacionada no Banco do Brasil e estou cansado das queixas do gerente, que reclama do saldo permanentemente negativo.
Fui, então, aos bancos particulares, fazer o mesmo tipo de oferta que, aparentemente, o governo fez: “vocês terão minha conta bancária, desde que me paguem uma graninha”. Os gerentes riam e me mandavam passear.
Tá feia, a coisa: não posso aumentar meu próprio salário, não tenho como aumentar impostos pra melhorar minha renda, não tenho cartão corporativo da Presidência da República e agora nem consigo ganhar dinheiro vendendo a conta bancária...
3 comentários:
Caro Cesar,
Ja disse aqui diversas vezes que o atual governo estadual nao gosta e nunca gostou do Besc. Se gostasse:
1. O Secretaria da Fazenda (Max Bornholdt) iria as reunioes do Conselho de Administracao do Banco cuidar dos interesses do Estado que continua acionista.
2. O Governador Eduardo Pinho Moreira teria pago a sua divida ao Banco, como pagam todos os mortais de bem.
3. Teria feito gestoes junto ao Governo Federal para tirar o Besc do Pragrama de Desestatizacao. Afinal no inicio do Governo tinha bom transito com o Governo Federal e tinha indicado o Nelson Wedeckim para Diretor. Essa gestao foi tao eficiente que o Estado comprou da Uniao o Centro Administrativo.
4. A Prefeitura de Joinville foi a primeira a tirar as contas do Besc. Isso na gestao do Luiz Henrique quando Prefeito.
5. E por ultimo jamais iria vender as contas, pois isso inviablizaria o Banco. Num primeiro momento perto de 150 agencias seriam fechadas, com a demissao sem incentivos de 900 empregados que foram contratados no concurso publico.
De fato nao gosta do Besc e nem de Floripa.
Abs.
Pedro Souza
Cesar,
O fato do Bradesco comprar as contas tem haver com um acerto desde a primeira eleicao quando o Banco foi o maior contribuinte/doador do PMDB/Luiz Henrique.
O Bradesco esta micado com as letras do Paulo Afonso em alguns de seus fundos. Caso haja possibilidade o Estado vai resgatar esses titulos, tirando esse prejuizo do Bradesco. Isso poderia fazer com parte desse dinheiro da compra das contas.
Tem no acerto tambem a transferencia do Seguro Saude da Unimed para o Bradesco. Ainda nao foi feito. No futuro sera. So falta acertar o preco.
Causa pasmo como a imprensa nao investiga e a oposicao nao denuncia.
Pedro Souza
Cesar,
O Vereador Juarez Silveira e de fato um fenomeno.
Preso como contrabandista e processado com sonegador pela Receita Federal, continua Diretor da Codesc e mandando na Camara Municipal articulando e elegendo seu Presidente.
Em qualquer pais serio, estaria preso e cassado. Aqui no alem mar e na terra de sol e mar eh referenciado e enaltecido pelo seu talento. As paginas hoje falam disso.
Como diz aquele bordao: "me tira o tubo".
Pedro Souza
Postar um comentário