sábado, 17 de junho de 2006

SÁBADO E DOMINGO

BALAIO DE SIRI
No litoral catarinense, mais especificamente na Ilha de Santa Catarina, sempre que uma coisa tá muito enrolada e que um fato leva a outro, tudo encadeado, a gente fala que se trata de um balaio de siri.

Experimenta pegar um siri: ele se agarra no outro e o outro no outro e fica uma penca de siri sem fim.

O problema do PT e do Lula com os recursos não contabilizados que foram distribuídos aos partidos aliados e a alguns de seus próprios políticos, é um balaio de siri. Tá tudo interligado, como demonstrou a denúncia apresentada pelo Procurador Geral.

Logo nas primeiras semanas desta coluna, em agosto do ano passado (ou seria setembro?) publiquei a ilustração ao lado, sobre o escândalo que estava começando. No fundo de tudo estava o presidente Lula, fazendo força pra não ser levado na onda.

Repito-a com uma pequena alteração: coloquei, como o sujeito que vai puxar pra fora do mar de lama a penca toda, o eleitor. Na época a gente ainda achava que as CPIs fariam uma limpa no Congresso. Mas agora só o eleitor poderá dizer o que fazer com a penca de siri. E até que ponto quer mexer nesse balaio. (pra ver o desenho maior é só clicar nele que se abre uma ampliação)

O QUE DÓI MAIS?
Se eu fosse militante do PT, estaria muito chateado com toda essa história, mas ficaria ainda mais indignado por ter dado munição para o PFL. Principalmente porque foi apenas graças às trapalhadas de dirigentes petistas que o PFL teve condições de montar esse programa de TV onde bate firme em Lula.

Acho que é o pior dessa história toda: ter que ouvir, de quem estão ouvindo, lições de moral. E sem poder dar um troco à altura. A senadora Ideli, o Carlito Merss (que deu uma bela entrevista ao DIARINHO semana passada) até que se esforçam, mas é muita bola quicando e o adversário é profissional.

PESADELO
O colunista Josias de Souza, da Folha, resumiu bem, no seu blogue, a nossa situação: vivemos um pesadelo.
“Súbito, acorda-se pela manhã sob o impacto de um pesadelo: a Argentina produziu uma vistosa goleada. Seis a zero. Fora o baile. Vai-se à internet e descobre-se que o PIB da Argentina cresceu 8,6% no primeiro trimestre do ano. No Brasil, só 3,4%. Dá uma inveja! E uma vontade de voltar a dormir!”
PAVAN TÁ DE BIRRA?
Ontem LHS, Pavan, Dalírio e Dr. Moreira almoçaram juntos, conversaram uma porção e até assistiram ao jogo da Holanda. Tudo certo, a penca está mantida (PMDB, PSDB, PFL e quem mais vier).

Na saída, ao comentar com a viadagem presente como é que foi o encontro, o Pavan surpreendeu todo mundo: “mas bota aí que eu continuo candidato ao governo”.

O que isso significa? Que a coligação está ameaçada ou mal alinhavada? Acho que não. Ninguém, dos que eu conversei, disse nada disso. Ao contrário: tá tudo certo. Então por que o Pavan insiste em fazer reuniões com o PP e em dizer que continua candidato ao governo do estado?

Ah, aí são coisas da política. Decerto ele acha que se bater o pé e fizer cara feia pode melhorar as condições do PSDB (ou dele mesmo) na coligação. Afinal, com o PFL na jogada, todo cuidado é pouco. Tem uma turma escaldada: no governo FHC, que era do PSDB, o PFL tomou todo o espaço dos tucanos em SC. Não sobrou nem vaga de porteiro.

Outra coisa que está posta (e bem posta, a meu ver): se as convenções fossem hoje, o candidato a vice seria Dalírio Beber, o presidente do PSDB. Respeitado pelos demais partidos da coligação e com grande apoio no seu próprio partido, tem grandes chances.

MÁQUINA DO TEMPO: TESTE CULTURAL
Usando apenas as dicas abaixo você é capaz de dizer em que década a foto acima foi batida? O sujeito à esquerda é o Paulo Alceu (hoje no SBT) o da direita sou eu e o agachado é o Jair Alberto.

1. A parede da reitoria da UFSC ainda não tinha mosaicos;
2. Cabelinhos compridos e repartidos ao meio;
3. Jaquetão, colete e gravata larga;
4. Gola rolê e jaquetinha de couro;
5. Cabelo afro;
6. Câmera CP, que usava filme de 16mm com som em banda magnética;
7. Bolsa artesanal de couro, a tiracolo;
8. Calça boca de sino.

Respostas para o e-mail da coluna. Quem acertar não ganha nada.

Mais umas dicas, pra facilitar: na época o Paulo era repórter da TV Gaúcha (de onde eu acabara de sair para ser professor na UFSC) e tinha vindo a Florianópolis fazer uma matéria. De brincadeira, fiz de conta que estava sendo entrevistado por ele.

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