ANJ é contra mudanças no direito de sigilo de fonte
NOTA À IMPRENSA
A Associação Nacional de Jornais repudia qualquer mudança no princípio constitucional do sigilo da fonte, conforme foi lamentavelmente proposto pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Se a Constituição determina, em seu artigo 5º, que "é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional", isso ocorre porque se trata de pressuposto básico da própria liberdade de imprensa.Brasília, 18 de setembro de 2008
Obrigar o jornalista, em qualquer circunstância, a revelar a fonte de sua informação é, na prática, impedir o pleno exercício profissional e cercear o direito dos cidadãos de serem livremente informados. O sigilo da fonte tem sido, historicamente, base da transparência nas sociedades verdadeiramente democráticas.
A relativização desse princípio maior da democracia, a propósito de facilitar investigações policiais, seria um grave e irreparável equívoco. Sem a garantia do sigilo da fonte, os maiores beneficiários seriam aqueles que atentam contra os valores da sociedade e que veriam dificultadas as denúncias de seus atos criminosos.
Júlio César Mesquita
Vice-Presidente da ANJ
Responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão
Para os jornalistas sérios, bem como para veículos de comunicação sérios, isto não faz diferença alguma. Agora, para algumas revistas, jornais e redes de televisão, isso é o fim! Estão querendo tirar a liberdade DA imprensa! A liberdade de escolher quem difamar, a liberdade de divulgar o que melhor lhes sirva, com o destaque que lhes interessa.
ResponderExcluirA liberdade de expressão é fundamental para a democracia. Calar os desafetos ou atribuir a censores a decisão sobre o que é "sério" ou o que é "prejudicial" faz parte da utopia totalitária, que nunca funcionou direito, nem à direita, nem à esquerda. E a liberdade é isto mesmo: pode-se dizer tudo. E todos podem dizem o que quiserem, mesmo coisas com as quais não concordamos.
ResponderExcluirPor isso que tantos a temem.
César, não é questão de concordar ou não com qualquer notícia. Como cidadão, eu quero ter acesso a fatos, e não a opiniões travestidas de fatos.
ResponderExcluirEu não temo a liberdade de expressão. Eu temo o poderio econômico destes que se valem da liberdade de imprensa. O poderio de influenciar o povo conforme o que lhes interessa. Um exemplo: A Marta Suplicy propôs implantar acesso wireless gratuito na cidade de São Paulo. Se é demagogia, é outra discussão (não sou eleitor dela tampouco simpatizante), mas o que a Folha de São Paulo noticiou? Só listou impecilhos e levantou inúmeras dúvidas quanto à segurança do acesso. Este tipo de acesso existe em outras cidades, como Paris por exemplo. Mas então qual a pegadinha? A Folha (UOL) VENDE acesso à internet. A notícia obviamente não estava no editorial deles.
É claro que conflitos de interesses sempre existirão. Mas o que é melhor? O que é melhor para o maior número de pessoas?
Coisas assim acontecem com política também. Descaradamente. Quando alguém noticia que fulano do partido X roubou e deixa de noticiar que beltrano do partido Y também roubou, a minha vida começa a ser afetada. Em quem votarei?
Liberdade não é necessariamente sinônimo de democracia, especialmente se a maioria das pessoas não tiver acesso ao contraditório, situação que é fácil de ser verificada em locais onde há domínio de algum grande grupo de comunicação. É aí que a liberdade de imprensa se torna uma faca de dois gumes, ao meu ver.
Sds, Yuri (não o seu ex-aluno).
Yuri, o único antídoto para esses problemas de má informação, informação pela metade e informação que obedece a interesses comerciais, políticos e etc, não é o controle, a censura ou que nome tenha. É mais liberdade. Para que ninguém tenha medo de contar, discutir, perguntar e falar.
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