quinta-feira, 25 de outubro de 2007

UFSC SEM LEI

Durante a ditadura militar, diante da impossibilidade de um diálogo razoável com o poder, que legislava conforme lhe dava na telha, a gente tinha que se virar.

Foi assim que em várias instâncias das universidades públicas criaram-se desvios, à margem da lei, para dotar a comunidade universitária de canais de participação mais democráticos. Acho que foi nessa época e com esse espírito que se inventou que a eleição direta para Reitor deveria ter participações iguais de estudantes, servidores e professores. As normas, regras e diplomas legais estabeleciam outras orientações, mas era uma época de contestação do autoritarismo e aprendizado da democracia.

Não deixa de ser interessante ver que agora, em 2007, muitos anos depois da redemocratização do País, a UFSC continua montando seu principal processo eleitoral à margem da lei, para não dizer fora da lei. O que se justificava num período excepcional, não se sustenta mais.

A legislação ainda em vigor (de 1995) diz que, nas consultas prévias, o Reitor será eleito por voto não paritário: o peso dos votos dos professores é de 70% e as outras duas categorias dividem os 30% restantes. Os sindicatos que organizam a vida acadêmica (e determinam quando a UFSC terá ou deixará de ter aulas, entre as greves periódicas), já definiram (eles compõem a “Comissão Eleitoral de Entidades Representativas da Universidade Federal de Santa Catarina”), que na prévia para escolha do reitor, os votos das três categorias terão pesos iguais. Se é justo ou não o critério, é assunto para outra hora. O fato é que nada disso consta na lei.

Um comentário:

  1. Na minha opinião o voto tem que ser paritário sim! Se na lei não consta essa cláusula, que se mude ela então. Nada mais justo e democrático que os três setores da universidade tenham igualdade na votação. Até porque a UFSC ou qualquer outra universidade não vive só de professores. Para que esses possam atuar, honrando esse título, também precisam de alunos. Caso contrário seriam somente pesquisadores. E tanto profºs como estudantes precisam de técnicos que dêem o suporte para realizarem as tarefas do aprendizado. Concluindo, ainda bem que na UFSC é assim. Na Udesc, os votos dos profºs vale 50% e os outos dois segmentos cada qual fica com 25%. Embora nessa, na eleição que será dia 30-10 a votação seja em urna eletrônica, com fiscalização do TRE. Fato que na Ufsc não sei se vai ocorrer. Mas pelo visto não será assim.

    ResponderExcluir

Este blog não tem mais posts novos e os comentários serão desativados em poucos dias. O novo endereço, onde há atualização diária, é www.deolhonacapital.com.br.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.