
Mas é claro que, com os nervos à flor da pele e a adrenalina jorrando aos borbotões, nem um lado nem outro vão conseguir esperar com calma.
Do lado do governo (ou melhor, da penca, que afinal é a candidatura da penca que está sendo julgada), as primeiras manifestações, externadas ontem, foram, a meu ver, muito débeis. Sinal que o susto foi grande.
E aí a gente se pergunta: por que tanta surpresa? Havia alguma informação privilegiada de que a coisa poderia ser diferente e por isso estavam tranqüilos e levaram um susto? Eu achava que havia 50% de chances para cada uma das decisões: o ministro poderia ser contra ou a favor da cassação. Susto seria se aparecesse uma terceira opção. Bom, mas o fato é que levaram um susto, como confessou o próprio presidente do PMDB.
Aliás, teve um repórter de rádio que, ao entrevistar o presidente do PMDB, Dr. Moreira, misturou os canais e falou em “reverter a decisão ou pelo menos encaminhá-la para uma decisão favorável ao Estado”. Como assim? O Estado não está em julgamento. A ação é de uma coligação política contra outra. Votar pela cassação do LHS, neste caso específico, não pode ser considerado “votar contra o Estado”. Nem “contra o estado”. E vice-versa.
Mas, voltando ao fio da meada, a nota emitida pela penca que elegeu LHS não tenta desmentir os argumentos da ação adversária. Parece ser uma peça retórica, que insiste em dizer que o fato de LHS ter se afastado seis meses antes, o exime de toda culpa.
O advogado Gley Sagaz, da turma que propôs a ação, rebate, dizendo que “os fatos narrados na peça inicial ocorreram de novembro de 2004 a abril de 2006, quando o governador estava respondendo pelo cargo”. LHS saiu em junho de 2006.
Diz a nota do PMDB/ PSDB/ DEM/ PPS/ PDT/PTB:
“Essa razão [o fato de LHS ter se afastado seis meses antes da eleição] é suficiente para acreditarem que o Poder Judiciário rechaçará o pedido de cassação do Governador, a exemplo do que já decidiu, de forma soberana e cristalina, o Tribunal Eleitoral catarinense, repudiando a ação dos que foram derrotados por histórica maioria (528mil, no primeiro, e 186 mil votos, no segundo turno!!!)”.Mesmo com três pontos de exclamação, o fato é que voto não é certificado de anistia prévia ou mesmo garantia de impunidade. Pelo menos não deveria ser. É um direito histórico, dos derrotados, o jus sperniandi. Só que, no momento em que um tribunal aceita a denúncia e se pronuncia sobre ela, deixa de ser apenas um chororô raivoso de quem perdeu.
Ah, o tribunal federal está decidindo diferente do tribunal estadual. Ora, talvez seja por isso que essas instâncias superiores também sejam chamadas de instâncias revisoras. Porque reexaminam a ação e podem, perfeitamente, ter um entendimento diferente. Novamente, não terá muito efeito prático dizer aos ministros do Supremo que a decisão do TRE, favorável a LHS, foi linda. Eles sabem disso. E mesmo assim aceitaram a denúncia e a estão julgando.
Agora, dizer que o TRE julgou de “forma soberana e cristalina” pode soar, aos ouvidos dos ministros do TSE, como uma insinuação que lhes falte soberania e transparência. Ou, ao contrário, pode soar aos ouvidos da oposição como uma defesa prévia, caso alguém venha a insinuar que a decisão do TRE não tenha sido soberana.
Nem fui conversar, ontem, com ninguém da penca derrotada, porque me parece que a contestação política inicial, resultante de reuniões desde manhã cedo na Casa D’Agronômica, não acrescenta nada. E, como em time que está mal no campeonato, já falam em trocar o técnico, no caso o advogado que acompanha a causa no TSE. O Secretário Carminatti será despachado para Brasília segunda-feira, para dar um gás nos novos encaminhamentos (e só pra manter o clima: quem vai pagar a viagem?)
Update da madrugada: o secretário Gavazzoni, da Administração (!) também vai pra Brasília. A justificativa é que os emissários são advogados com experiência na Justiça eleitoral. A pergunta está mantida, só que agora no plural.
Boa pergunta. Se pensarmos sob o ponto de vista da lisura, da decência e da legalidade quem pagaria essas viagens seria o próprio cidadão LHS. Como, porém, em nenhum Império ou Reino o monarca gasta qualquer coisa do seu bolso, é fácil adivinhar quem pagará esse patinho para que fiquemos com o "patão".
ResponderExcluirCaro Cézar, ontem o Pinho Moreira em entrevista a "RBS multimídia", afirmou que os melhores advogados de SC e do Brasil atuarão na "causa". Imagina o rombo no Estado. Dinheiro público a favor da penca. Ou tu achas que eles usarão dos seus salários para pagar as despesas. Lá em Brasília, ficarão hospedados em hotel e pagando as despesas de seus bolsos ou estarão hospedados na "casa de Santa Catarina", gratuitamente para eles mas onerosa para o estado? Se puxarmos o fio, o barbante pode ser longo. Abraço.
ResponderExcluirJoanildo
Taí uma coisa para ficarmos de olho. Seria mais um motivo para mais uma ação...
ResponderExcluirGostaria que algum advogado esclarecesse: Se LHS for cassado, como fica? Entra o presidente da Assembléia, o Amin, ou vai ter nova eleição?
ResponderExcluirLi o seguinte numa coluna política de hoje: "O advogado José Eduardo Alckmin, que defende Luiz Henrique no Tribunal Superior Eleitoral telefonou para o vice-governador Leonel Pavan, que se encontrava no oeste inaugurando obras estaduais. Manifestou seu otimismo com a conclusão do julgamento: "Pode continuar no oeste. Você vai inaugurar obras até o final do mandato".
ResponderExcluirQUEM VAI PAGAR ESTA FATURA?
Eduardo Zinkel
Pelo que sei, os secretários carminati e Gavazoni ainda estão ocupando cargos públicos e deveriam estar no exercício de suas funções. Essa ação deles, e supõe-se de muitos outros advogados e procuradores, defendendo a pessoa do governador (função de advogados particulares de LHS) não seria desvio de finalidade? A ética e a moralidade em Santa Catarina etão tão arranhadas que esse tipo de atitude sendo praticada por agentes públicos nem causa espanto...
ResponderExcluirUma coisa que tem que acabar é essa história de que Luis XV foi eleito pela maioria da população. Não foi. Nem a maioria dos eleitores ele conseguiu. Ele teve, isso sim, a maioria dos votos válidos, em mesmo assim uma maioria apertada.
ResponderExcluirNão me lembro direito dos percentuais, mas se somarmos os votos do Amin, os votos nulos e brancos, além de quem não votou, pode-se claramente perceber que a maioria não queria a volta de Luis XV.
Além disso, outro coisa que tem que acabar é esse papo de "absolvição pelo voto".
Estão misturando tudo. Na coluna de Roberto Azevedo (DC) o Centro Adminsitrativo virou sujeito e, ainda, parte do processo. A interpretação do ministro Pargendler é tida como "revolucionária" pelos agora desesperados.
ResponderExcluirAté o Moacir Pereira parece que vestiu a camisa e entrou na defesa de LHS. Tanto que publicou em seu blog que o julgamento "pode afastar investimentos em SC" (sic).
Em suma, um grande grupo da mídia está assumindo a defesa do governador. Ou seja, está fazendo exatamento aquilo que o ministro, com muita propriedade, acatou e condenou: o envolvimento.
Estão misturando tudo. Isso é envolvimento, comprometimento. Acho que não entenderam: "A justiça Eleitoral não pode fechar os olhos para a realidade".
Aposto que tem muitos do PFLê e dos tucanos arrependidos de terem abandonado o Amin. Principalmente os que estão no armário(cabides).
ResponderExcluirDenuncia: A RBS nao posta os comentários no seu Blog(Moacir Pereira) a respeito do assunto LHS. Fiz um comentário seguindo as regras do Blog, colocando nome, e.mail, e nada agressivo, muito pelo contrário. VERGONHA
ResponderExcluirO renomado Advogado Eduardo Alkmim contratado pelo pmdb está perdendo de 3 a 0 para o Lageano Gley Sagaz.
ResponderExcluirEsse alkimista pelo jeito não faz milagre.
AQUELA PROPAGANDA "SANTA CATARINA EM AÇÃO" ERA MESMO UM DEBOCHE, TANTO TINHA FINS ELEITOREIROS, QUE O APRESENTADOR ERA O MESMO QUE APRESENTOU OS PROGRAMAS ELEITORAIS DO LHS DURANTE A CAMPANHA.
ResponderExcluirESPERO QUE O GLEY TENHA DESTACADO ISSO NO PROCESSO.
Na capa do DC de sábado, parece q a vítima é o, ainda, governador.
ResponderExcluirEu não entendi porque esses jornalistas estão dizendo que o Estado vai ter prejuizo com o processo no TSE, será que os projetos das empresas são com o Estado ou são com o Governador?
ResponderExcluirSe for assim como eles dizem, LHS não poderá deixar o governo nunca, pois sempre o Estado estará com projetos em andamento.
Se o advogado Gley Sagáz fizer um recorte das matérias da grande mídia de SC deste final de semana que fala sobre o julgamento do LHS e entregar para os ministros do TSE, estará comprovando a sua tese, ou seja, são todos chapa branca.
ResponderExcluirÉ vergonhoso.
Hoje se pode afirmar com certeza que muita gente, mas MUITA MESMO que votou em Luiz XV está arrependido do que fez. Somando-se o voto desses aos dos que votaram no Amin tem-se que no geral SANTA CATARINA AGRADECERIA PENHORADA UM ATO DE CORAGEM DO TSE.
ResponderExcluirAqui prá nós..., os ministros comentaram de tudo um bocado,mas o que chama realmente à atenção é o valor gasto em PUBLICIDADE, gente é dinheiro que poderia ser feito muitos projetos sociais,culturais,de prevenção e etc...
ResponderExcluirestranho e triste... para falar de um fato,as pessoas se intitulam de ANÔNIMOS...é a ditadura dos grandes, que pena...e é séc.XXI.
ResponderExcluirConheço um sujeito (funcionário de carreira)que tinha cargo comissionado no primeiro mandato de LHS, foi convocado (sob ameaça)para fazer bandeiraço durante a campanha e mesmo tendo atendido a convocação, perdeu o cargo (para um cabo eleitoral) no segundo mandato, com a justificativa que havia muita gente para ocupar os cargos, ou seja, a penca é muito grande e uns têm que sair para dar lugar aos outros. esse sujeito, não tenho dúvida de que fará campanha contra.
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