sexta-feira, 3 de novembro de 2006

SEXTA

A CULPA É DA IMPRENSA
Assim como todas as outras informações distorcidas, maliciosas e partidárias que têm sido divulgadas com o único propósito de deixar mal o pobre operário rico que dirige esta Nação, essa história de falência múltipla dos órgãos de controle do tráfego aéreo é, também, culpa da imprensa.

Tá certo que a Aeronáutica e o Ministério da Defesa sempre trataram desse assunto debaixo de um pesado manto de sigilo (“segurança nacional”), mas a imprensa, de tempos em tempos, sempre vinha com uma história maluca de crise na área de controle de vôo. Só porque faltava gente e porque o salário era baixo. Só porque o número de aviões aumentava em proporção geométrica e o número de controladores praticamente ficava o mesmo, ano após ano.

A defesa do governo Lula deve ser a mesma que usou em todos os outros casos: “FHC ficou 8 anos e não consertou, vocês querem que a gente conserte em apenas 4 anos?” ou “Nos governos anteriores isso também existia, só que agora a gente denuncia”.

APAGÃO DO LULA
A imprensa maledicente da Zelite tá chamando esta semana de “Apagão aéreo do Lula”. Absurdo! Só porque uns 2 mil vôos atrasaram, milhares de pessoas tiveram prejuízo, perderam seus compromissos, foram maltratadas, não quer dizer que tenha sido um apagão. E muito menos do Lula: ele já cansou de dizer que não sabia de nada!

(DES) PREPARADO
A Zelite não fala noutra coisa: “o Lula estava desinformado, quando dizia que o Brasil estava preparado para crescer. Como crescer sem um transporte aéreo eficiente e seguro?”

O jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, conta que Lula foi alertado para as condições de trabalho dos controladores de vôo já em 2003. O último concurso para contratar controladores é de 1986. E diz Rodrigues:
“O dia em que o Brasil crescer 5% ao ano, por dois ou três anos, as filas de aeroportos darão voltas na esquina (...) porque o governo Lula preferiu gastar em granito para reformar e ampliar aeroportos (que mais parecem palácios se comparados a aeroportos de países ricos) em vez de investir em tecnologia. Esse é só um exemplo da falta de sofisticação no planejamento estratégico da administração pública federal”.
CONCORRÊNCIA
O jornal Notícias do Dia, dos Petrelli (Rede SC/SBT) anda azedando a vida da RBS. Lançado em Florianópolis antes do Hora de Santa Catarina (versão catarinense do Diário Gaúcho), sai de novo na frente e lança uma edição joinvillense, também antes da RBS, que comprou o A Notícia, lançar um jornal “popular” naquela cidade.

Os leitores do DIARINHO já sabem que tanto o Hora quanto o Notícias são jornais “populares”, coisa muito diferente deste jornal, que é o único popular sem aspas. Mas é bom ver o mercado de jornais se agitando. Além de sempre abrir uma ou outra vaguinha pra jornalista, atrai novos leitores. Na esteira da briga dos dois, a vendagem do DIARINHO continua crescendo.

Resposta: a família do presidente reeleito. Tios, primos, sobrinhos, a parentada toda viajou de Aerolula, sem atrasos, sem fila para decolar ou aterrisar e ficou na praia particular da Marinha, protegida do povo por fuzileiros navais fortemente armados.

3 comentários:

  1. Desculpe Cesar, mas um jornal que vende de 6 a 7 mil jornais para classe B,C e D, com IVC, sendo mais de 1500 exemplares na porta do TICEM, é POPULAR com letras maiúsculas.
    Sobre empregos, em Florianópolis o JND abriu vagas para mais de 25 jornalistas, mais 60 empregos diretos.
    Em Joinville, são mais 20 jornalistas que trabalharão na redação e mais 30 empregos diretos para outras funções.

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  2. O anônimo defensor do jornal conhecido, na intimidade dele, como JND (deve ser o Jornal Notícias do Dia) argumenta que, se o jornal emprega bastante gente e vende muitos exemplares, automaticamente é popular (e com maiúsculas!). Então tá. Como estamos falando de conceitos diversos para a mesma palavra, não vou discutir aqui, que o espaço é curto. Mas assim que der volto a mexer neste vespeiro, na coluna.

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  3. Ô Cesar, desde que "descobri" sua coluna na internet, não passa um dia sem que eu a acesse. Mas ultimamente tenho achado você meio "amargo". Parece que não digeriu a vitória do Lula, e a cada dia que passa não deixas de "dar uma cutucada".

    É preciso sim haver a crítica, mas uma crítica fundamentada, séria. A crítica pela crítica diminui a dimensão do jornalismo.

    Se fala muito na questão da liberdade de imprensa. Sou plenamente a favor! Mas os mesmos que criticam Lula, não escreveram uma linha a respeito do absurdo que foi a condenação do Emir Sader por causa de um artigo em que criticava Jorge Bornhausen. Inclusive você, Cesar, não comentou nada a respeito.

    O assunto não merece ser comentado, ou como se trata de um expoente da esquerda que foi condenado, nada merece ser dito?

    um abraço!

    Wladimir Crippa

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