quarta-feira, 10 de maio de 2006

QUARTA

A PRIMEIRA TAINHA
Comi ontem (na casa da sogra, o que mostra que nem todas são como as das piadas), uma deliciosa tainha dos primeiros lanços. São as mais saborosas, macias, essas do começo do inverno. Nas fotos, pra quem não conhece, sua majestade a tainha, em duas poses: pronta pra ser recheada e ir pro forno e escalada, depois de ter ficado na brasa o tempo exato.

DIARINHO EM CRICIÚMA
Hoje às 20h30min, participarei do Fórum de Debates em Jornalismo, em Criciúma, fazendo uma palestra sobre o DIARINHO e outras experiências que ajudam a alargar o mercado de trabalho.

O evento é realizado mensalmente por uma turma de jornalistas criciumenses, que convida gente de outras cidades para conversar com eles, num Fórum aberto ao público, mas dirigido especialmente aos coleguinhas. No mês passado levaram o companheiro Moacir Pereira.

O DIARINHO foi o tema sugerido pelos próprios promotores do Fórum, tal a curiosidade que o “macriado” desperta entre jornalistas de todo o Brasil e quiçá do mundo. E é claro que o ideal seria podermos contar com a presença da Diretora de Redação, Samara Toth Vieira, que está no jornal há dezenas de anos e é a alma do mais lido, mas infelizmente não deu pra conciliar a agenda dela com a data disponível.

Vou contar um pouco da história do jornal, mostrar o pensamento ainda muito vivo do Dalmo Vieira e conversar sobre a experiência de participar de um jornal como este, sempre invejado mas nunca igualado. O debate será no auditório da Construtora Fontana.

INSEGURANÇA PÚBLICA I
Caso o novo secretário da Segurança esteja mesmo interessado em arrumar a casa, é bom prestar muita atenção em algumas reportagens que o DIARINHO vai publicar sobre o Presídio Regional de Tijucas. Tudo indica que se o governador e o secretário mandarem gente séria examinar com cuidado o que acontece por lá, receberão relatórios com centenas de páginas cabeludas e mal cheirosas.

Os esquemas montados fazem a alegria de muita gente e a tristeza do contribuinte. É claro que em nada ajudam na tarefa de reeducar presos ou manter a segurança do presídio: é tudo história de utilização privada de recursos públicos e mutretas funcionais. Como a história da servidora que consegue receber por 40h no presídio, 40h na prefeitura e mais 40h no conselho tutelar, o que dá a bagatela de 120h semanais de serviço.

INSEGURANÇA PÚBLICA I
Leitora escreve, preocupada e triste, pra contar que sua filha e uma amiga foram maltratadas por uma policial militar (tinha um policial homem junto, mas ela é que foi grossa e sem educação) porque cometeu o crime de estar no lugar errado, na hora errada.

As duas meninas pararam um pouco naquela maledeta praça ao lado das lojas Americanas, de dia, à tarde, bem na hora em que a policial de maus bofes passava por ali e resolveu descontar nelas suas frustrações e ódios.

Claro que não encontraram nada (fizeram a revista em público, com xingamentos e grossuras de todo tipo), mas fizeram questão de levá-las “na viatura” ao colégio onde estudam, para completar a humilhação diante dos colegas. O coordenador da escola ficou apavorado, mas boca mole e cagão, não chamou a polícia para prender os policiais malfeitores. Excelentes alunas, nunca deram nem tiveram qualquer problema. São vítimas inocentes da ignorância e do despreparo de uma péssima profissional.

ERRATA GENÉRICA
Claro que o leitor e a leitora não tem nada a ver com as dificuldades ou facilidades que cercam nosso trabalho. Todos que pagam 1,25 pelo DIARINHO (e mesmo aqueles chupins que lêem de graça) têm direito a uma coluna sem erros.

E eu tenho percebido, sempre no dia seguinte, depois do jornal impresso, que cometo inúmeros erros. A maioria deles são cochilos datilográficos, letras esqueidas ou troacdas, esse que faltam, coisas desse tipo.

Mas às vezes cometo grosserias com nosso belo idioma. Ontem, por exemplo, escapou-me um “há muito tempo atrás” que foi de doer os olhos. E o lendário Kao, amante da gramática (e de outras jovens bem feitas de corpo), com toda razão, puxou-me as orelhas já de manhã cedo por e-mail.

Todos sabemos, inclusive eu, que é suficiente dizer “há muito tempo” ou então “muito tempo atrás” e as duas formas estão corretas, desde que usadas separadamente. Mas, mesmo assim, a ignorância profunda que habita o lodo submerso das nossas almas às vezes aflora e mete seu dedo maléfico no teclado.

Pra não ficar todo dia enchendo metade da coluna (e a paciência de vocês) com “perdão, leitores” e “Cesar errou!”, faço aqui esta errata genérica, pedindo perdão pelos erros cometidos e pelos que certamente poderão ser encontrados nesta e nas próximas colunas.

RECEITA INJUSTA
Minha notinha de ontem sobre o exagero de impostos cobrados sobre um cartão defeituoso de U$ 50 que o fabricante repôs, despertou algumas reações no norte da Ilha de Santa Catarina, ora vejam só.

A Ilha tem muitos moradores que eram até pouco tempo, residentes de outros países. Numa das escolas do norte da Ilha cerca de 20% dos alunos são estrangeiros que chegaram recentemente.

Pois bem, se alguma tia, vovó ou primo resolver mandar um presente para os parentes que agora moram no distante e exótico Brasil, o coitado do morador local, se quiser retirar o presente no correio terá que pagar valores que são sempre superiores ao preço de aquisição do bem.

RECEITA DE “EQÜIDADE”
Isso ocorre mesmo com coisas usadas. Um americano que mora aqui teve o azar de deixar bons amigos por lá. E um deles, querendo ser simpático, ao comprar um novo conjunto de tacos de golfe, mandou alguns dos seus velhos tacos para o amigo que mora por perto de um novo campo de golfe no norte da Ilha.

Ele teria que pagar de impostos, para retirar o presente, mais do que pagaria se fosse comprar, numa loja brasileira, os mesmos tacos novos e importados. Deixou os tacos de presente para a Receita.

E aprendeu mais uma lição sobre esse país maravilhoso que escolheu para morar: o contrabando é praticado à luz do dia, em todas as ruas centrais de todas as cidades, mas o presente da vovó para o netinho, enviado às claras pelos meios oficiais tem que ser taxado em 200% (ou coisa parecida, mas não menos iníqua).

GAYOSO.COM.BR
Pra quem estava com saudade do LHS ou nem se lembra mais quem é LHS (aquele sujeito careca de bigode que foi governador antes do Dr. Moreira), o Gayoso, que é assessor de imprensa do candidato colocou no ar, no endereço acima, um site com notícias de campanha. Com isso, LHS pretende reduzir um pouco o apagão que a saída do governo provocou na circulação de seu nome na mídia.

E o almoço de ontem, do LHS e do Dr. Moreira com a bancada do PMDB na Assembléia Legislativa, faz parte do esforço de criar fatos que recoloquem, ainda que parcialmente, o candidato nas páginas dos jornais e na tela das TVs.

AS MARINAS DA ILHA
A Revista da Pesca, Navegação e Lazer que chega às bancas a partir de hoje traz uma entrevista exclusiva com a procuradora da República Analúcia Hartmann sobre marinas e projetos naúticos na Ilha de Santa Catarina.

Fui entrevistá-la porque não me conformava em ouvir “todo mundo” dizendo que ela era culpada da Ilha não ter marinas, sem saber o que ela, de fato, pensa sobre esse assunto. Boa parte do que dizem dela faz parte de uma espécie de lenda urbana que se criou em torno do nome (e dos poderes) da Dra. Hartmann. E o que ela pensa a respeito está na revista. Só R$ 3,00 nas melhores bancas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Tio Cesar, tenho acompanhado aqui a tua coluna do Diarinho. Sempre inteligente, perspicaz e desconfiado. Boa coluna!
Abraço do amigo
Carlos Damião

Anônimo disse...

Cesar.
Primeiro quero cumprimentá-lo pelo seu blogger, com opiniões oportunas e muito bem colocadas.
Sobre sua nota "eqüidade" me remeteu a outra situação que me incomoda e que comento aqui.
Em Fpolis (e no Brasil, acredito), é "penalizado" quem cumpre a lei, pois se uma pessoa séria vai construir uma casa, tem que passar por todo um processo na Prefeitura (o que é correto), gastar uma grana com projetos, tributos e etc, esperar um tempo absurdo e enfim obter a licença e construir.
Ao seu lado, um vizinho constroe uma casa do mesmo tamanho sem regularização e se for incomodado por algum fiscal, paga a multa e vai "levando" a construção até o fim sem ser pertubado. Segundo voz corrente, sai até mais barato pagar as multas do que fazer uma obra regular.
A única desvantagem que o irregular vai ter é ficar sem o "habite-se".
Felizmente parece que a prefeitura está mandando demolir algumas casas construidas nesa situação em áreas de preservação permanente.
Um grande abraço
Antonio Carlos